Londrina segue com três pontos interditados
Nos últimos quatro dias choveu 196,8 milímetros, superando a média histórica de outubro
Desde sexta-feira (27), quando choveu 144 milímetros em apenas um dia, Londrina segue com três pontos de interdição. Podendo oferecer risco para a população em razão do grande volume de água, estão fechados para visitação ou circulação o Parque Arthur Thomas, a ponte localizada na rua Charles Lindemberg, ambos na zona leste, e um trecho da rua Almeida Garret, em frente à barragem do Lago Igapó, na zona sul.
Na Almeida Garret, as chuvas abriram uma cratera no gramado que fica ao lado da pista por conta de infiltração. “A água veio em um volume tão grande que ao invés de passar por dentro da tubulação subterrânea, passou paralelamente e abriu o buraco. Por isso não houve alagamento na via. Sabemos que é um trecho com risco e para garantir a segurança das pessoas optamos pela interdição”, explicou Demerval Anderson do Carmo, coordenador-adjunto da Defesa Civil no município.
A grade vazão de água na barragem também vem chamando atenção de curiosos, que param para tirar fotos ou realizar filmagens. “É a segunda vez que vejo uma quantidade de água tão grande assim. A última foi quando destruiu toda a rua, há uns cinco anos. Sei do perigo que está aqui, mas impressiona”, reconhece o enfermeiro Cícero Ferreira da Silva. Morador do jardim Monte Belo, na mesma região, ele e a família estão precisando utilizar caminhos alternativos. “Como está interditado, já avisei todos em casa para evitar passar por aqui”, completa.
Com as obras de recuperação iniciadas há três semanas, após ficar parcialmente destruída nas chuvas de janeiro de 2016, a ponte da rua Charles Lindemberg, que liga a região leste a sul, é outro ponto com interdição. Porém, mesmo com os blocos proibindo a passagem de motoristas, diversos motociclistas ainda se arriscam, furando o bloqueio feito pela CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização). “Os casos mais graves que acompanhamos são na Almeida Garret e na Charles Lindemberg. Por isso foi tomada a decisão preventiva de interdição”, explicou Carmo.
A Secretaria de Obras também tem acompanhado a situação dos locais com vistorias de técnicos e agentes da CMTU estão orientando o trânsito. Ainda não a previsão de reabertura dos trechos.
ARTHUR THOMAS
No Parque Arthur Thomas, dezenas de grades sofreram avarias e a expectativa é que o espaço de lazer volte a funcionar para visitação somente na próxima semana. “Algumas proteções cederam e nesta semana ainda temos previsão de chuva e um feriado (Finados). Isso dificulta a questão dos reparos, mesmo que os estragos não tenham sido severos”, destacou Roberta Queiroz, secretária municipal do Ambiente. A vazão do Ribeirão Cambezinho também é grande e impressiona pela força da água.
Segundo ela, a demanda por cortes de árvores aumentou nos últimos quatro dias. Somente nesta segunda-feira (30), 15 ocorrências de queda de árvores foram colhidas pela pasta, que realizou o trabalho de retirada de galhos e troncos. “A prioridade é para os locais com obstrução de vias e calçadas, como foi o caso de uma árvore que caiu na rotária da avenida Henrique Mansano com Lúcia Helena Gonçalves Viana (zona norte).”
Durante a manhã, uma árvore de grande porte caiu sobre um carro no estacionamento do Iapar (Instituto Agronômico do Paraná). Apesar do susto, ninguém se feriu e os danos foram apenas materiais. O carro pertencia ao órgão.
ZONA OESTE
Danificada desde as chuvas de 2016, a ponte localizada na avenida Soiti Taruma, no jardim Olímpico (zona oeste), está com poças de água na pista. Além disso, pedregulhos e porões de terra invadiram parte da pista que não está com problema. No ribeirão Cafezal, que passa por baixo da ponte, a água subiu e sua margem esta repleta de galhos e outros tipos de sujeiras trazidas pela correnteza.
Já no aterro do Lago Igapó, na rua Vicente de Carvalho (zona sul), o campo utilizado para lazer se transformou em um “mini lago”, com vários pontos com grande acumulo de água, o que atrapalha aqueles que querem transitar pelo espaço. De acordo com relatório da Defesa Civil na cidade, foram registrados oito pontos de alagamentos ou inundação nos últimos dias. Com exceção dos locais interditados, os demais casos já foram solucionados.
Dados do Iapar apontam que a precipitação acumulada nos últimos quatro dias na cidade foi de 196,8 milímetros, superando a média histórica para o mês de outubro, que era de 145,9 milímetros.
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