Mais 14 meses de calvário
Depois das negociatas, manobras espúrias e de trocar por votos o desmatamento de áreas protegidas, a suspensão da privatização do aeroporto de Congonhas para garantir as boquinhas da turma do condenado dono do Partido da República, Valdemar da Costa Neto, e a tentativa de legalizar a complacência ao trabalho escravo, Michel Temer conseguiu se segurar no cargo. Atuando no mesmo diapasão de pouca vergonha, desonestidade e patifaria dos governos Lula e Dilma, de cuja quadrilha foi membro importante, agora convencionou-se que, precariamente, é melhor encerrar esse período negro da nossa história com ele na Presidência. Com pífios 3% de aprovação, denunciado por corrupção e fragilizado em sua autoridade moral, Temer se utilizará de um dos pouquíssimos instrumentos que têm valia no seu governo, a boa equipe econômica, como trunfo para salvar algum legado da sua desastrada gestão. Entretanto, para nosso martírio, na companhia de vários ministros enrolados em falcatruas, ameaçado por possíveis delações de amigos bandidos encarcerados, mancomunado com cerca de 130 parlamentares investigados e apoiado pelo patrocinador mor da impunidade, Gilmar Mendes, Temer vai trabalhar incessantemente pelo fim da Operação Lava Jato. Isso é inadmissível, não podemos perdê-la. A sociedade organizada precisa agir. A população está cansada de assistir tanta roubalheira, tanto descalabro político-administrativo e a degradação das nossas instituições governamentais. Torna-se imperioso romper essa cadeia da desonestidade. Precisamos voltar às ruas e lutar pela soberania da Lava Jato, pelo fim do foro privilegiado e pela manutenção da prisão dos condenados em 2ª instância. Onde estão as lideranças dos movimentos de rua que tão bem nos conduziram no período pré-impeachment de Dilma Rousseff? O momento atual é tão ameaçador e decisivo como aquele. Estamos prontos para mais essa batalha pela Pátria. LUDINEI PICELLI (administrador de empresas) – Londrina