Perda de vagas com carteira assinada preocupa
O mercado de trabalho manteve no terceiro trimestre a tendência de redução na taxa de desemprego através da geração de vagas informais. Apesar de o aumento na população ocupada ser positivo, a perda de postos com carteira assinada no setor privado preocupa, avaliou Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
“A taxa de desocupação teve uma queda importante, mas ainda está bem acima da registrada ano passado. Ainda temos contingente expressivo de pessoas desocupadas”, ressaltou Azeredo. “A ocupação cresceu, isso é positivo e fez essa taxa de desocupação cair. Mas quem está crescendo? O emprego sem carteira e conta própria, que são marcados pela informalidade”, completou.
No terceiro trimestre, o total de trabalhadores com carteira assinada no setor privado atingiu o menor patamar da série histórica da Pnad Contínua, iniciada em 2012: 33,300 milhões de vagas formais, 810 mil a menos que um ano antes.
“O mercado de trabalho perdeu 3,4 milhões de postos com carteira assinada em três anos. A Pnad Contínua está mostrando um aumento da informalidade. O mercado de trabalho não está estático, ele está se movimentando. Tem ponto favorável, que é o crescimento da população ocupada e o aumento da massa de rendimento. Tem mais dinheiro proveniente do mercado de trabalho circulando. Mas tem mais informalidade crescendo, e você não vê reação alguma do indicador de carteira de trabalho assinada”, afirmou Azeredo.
Para os próximos meses, a expectativa é que a taxa de desemprego volte a cair, em função da contratação de funcionários temporários para as festas de fim de ano, disse Azeredo. Quanto ao impacto da reforma trabalhista, que entra em vigor em novembro, ele afirmou que o IBGE ainda está avaliando as novas regras, para depois determinar se será necessário fazer alguma alteração na Pnad Contínua.
“O IBGE está começando a analisar a reforma, ponto a ponto, para ver de que forma a gente vai ter que ajustar a Pnad Contínua, se é que vai ter que ajustar”, contou o pesquisador. “Tem que esperar o início (entrada em vigor da reforma) para ver que efeito terá nesse mercado de trabalho.”
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