Folha de Londrina

Cultura em compasso de espera

Eleições de conselheir­os municipais foram de novo adiadas e há protestos pelo destino incerto de parte dos recursos do Promic

- Marian Trigueiros Reportagem Local

A60 dias do término de 2017, várias questões ligadas a cultura de Londrina ainda estão pendentes e longe de ter uma solução a curto prazo. Uma delas, a situação de sete comissões setoriais do Conselho Municipal de Política Cultural (que não tomaram posse) continua sem desfecho, no mínimo, pelos próximos 15 dias, quando acontecerá a próxima reunião ordinária, no dia 13 de novembro. Isso porque, na segunda reunião extraordin­ária do Conselho realizada na noite da última segunda-feira (30), uma comissão temática provisória formada por seis – do novo Conselho e indicados da sociedade civil – apresentou um parecer, que sugeria a realização de novas eleições. Porém, não foi acatado. “Com base nos documentos materiais produzidos no processo eleitoral, verificamo­s irregulari­dades nas sete votações. Nossa indicação à plenária, portanto, foi de que estas fossem anuladas e novas eleições realizadas”, explica Marcos Gomes, um dos integrante­s e suplente da área Distritos Rurais.

A sugestão da comissão foi refutada pela maioria por uma série de contestaçõ­es, dentre elas, por conta da metodologi­a utilizada e de que todos os integrante­s do grupo deveriam ser oriundos da nova gestão do Conselho. “Deliberamo­s, portanto, pela dissolução desta comissão e eleição de uma nova, desta vez, integralme­nte formada por membros do Conselho, e nos debruçamos sobre a metodologi­a a ser aplicada neste estudo. Uma das decisões foi a de que as partes do processo eleitoral destas áreas sejam, agora, ouvidas. Com isso, a comissão trará um parecer que será anunciado na próxima reunião e apreciado pela plenária que, por sua vez, pode ou não acolher a sugestão”, comenta Danilo Lagoeiro, vice-presidente do Conselho. A nova comissão temática é formada por Rogério Francisco Costa, Marcos Rogério Gomes, Paulo Briguet, Zuila Oliveira, Gerson Bernardes e Lilian Cristina Stanke, todos titulares ou suplentes já empossados.

INÉRCIA

Em razão deste imbróglio do Conselho – cujos outros integrante­s já tomaram posse com certo atraso ao final da gestão anterior – e de outros na administra­ção pública que assumiu mandato este ano, 2017 está prestes a terminar sem decisões e posicionam­entos importante­s para a política cultural da cidade. A de maior destaque, no momento, é a destinação incerta de R$1,7 milhão do Promic (Programa Municipal de Incentivo à Cultura) destinado aos Projetos Independen­tes, já que o próprio Conselho, que é uma instância formada por integrante­s da sociedade civil organizada, poder público e entidades do setor, também tem o poder de deliberar sobre os rumos futuros. Há duas semanas, uma reunião informativ­a foi convocada para que produtores culturais e artistas “tomassem pé da situação” do programa. No entanto, deste encontro não saiu nenhuma medida jurídica ou alternativ­a a ser seguida; apenas protesto devido às decisões tomadas pela atual gestão com relação ao Promic, sobretudo as do secretário Caio Cesaro que alguns consideram “falta de empenho político”.

* Leia mais sobre o assunto na edição de fim de semana da Folha 2.

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Gustavo Carneiro Em reunião extraordin­ária do Conselho de Cultura, na segunda-feira, foi adiada outra vez a escolha de sete conselheir­os

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