Geddel quer saber quem denunciou ‘bunker’
O ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDBBA) quer saber quem telefonou para a Polícia Federal e revelou a existência do “bunker” no qual foi encontrada a fortuna de R$ 51 milhões a ele atribuída. Numa petição entregue ao STF (Supremo Tribunal Federal), a defesa do peemedebista requer a identificação do número da linha pela qual foi feita a denúncia anônima, em 14 de julho de 2017, além do policial que atendeu à chamada. A informação anônima deu origem à Operação Tesouro Perdido, em 5 de setembro.
O dinheiro estava guardado num apartamento em Salvador que, segundo revelavam as investigações, havia sido emprestado por um empresário a Geddel e ao irmão, o deputado federal Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA). A quantia foi a maior já apreendida pela PF.
No documento, a defesa do ex-ministro pede também que sejam detalhadas quais diligências os investigadores fizeram e quais pessoas entrevistaram entre o momento em que receberam a ligação e a decisão de pedir o mandado de busca e apreensão no imóvel. O advogado do ex-ministro, Gamil Föppel, visa confirmar as informações sobre a operação para, com isso, anulála. Ele argumenta que a busca e apreensão foi decretada tendo por base, unicamente, uma denúncia anônima, o que seria ilegal.
O advogado sustenta que, com base na jurisprudência já firmada pelos tribunais, medidas dessa natureza, que interferem em “direitos fundamentais”, como a privacidade e o sigilo, só podem ser autorizadas se houver, além da notícia-crime apócrifa, mais elementos a confirmar as suspeitas.
O argumento do advogado é o mesmo que embasou, em 2011, decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça) que anulou a Operação Castelo de Areia. A investigação apurava, com base em escutas telefônicas, crimes de lavagem de dinheiro, evasão de divisas e fraude a licitações envolvendo a Camargo Corrêa. A decisão foi confirmada pelo Supremo em 2015.
Brasília - R$ 51 milhões estavam guardados em apartamento emprestado ao ex-ministro