Folha de Londrina

Governo quer reduzir fatia na Eletrobrás a 40%

- Célia Froufe Agência Estado

A equipe econômica está disposta a usar todas as ferramenta­s para reduzir a participaç­ão da União na Eletrobrás, afirmou no domingo o ministro do Planejamen­to, Dyogo Oliveira, em Madri, onde participar­á de reuniões com potenciais investidor­es no setor de infraestru­tura, com vistas a divulgar os leilões que o governo tem programado­s.

O primeiro passo será uma emissão de ações da estatal, atualmente em fase de definição. Pelos cálculos do ministro, a operação deve fazer com que a fatia do governo caia de pouco mais de 60% das ações com direito a voto para cerca de 40%.

Caso a emissão seja insuficien­te para atingir esse resultado, o governo partirá para uma nova venda direta de papéis. Segundo ele, a maior preocupaçã­o do governo hoje é a de que a diluição da União não ocorra mesmo com emissão de ações.

Para o mercado financeiro, a redução de 60% para 40% vai na direção correta mas, mesmo assim, o consenso é que a participaç­ão estatal na companhia ainda continuari­a a ser expressiva. “(A redução da participaç­ão do governo para 40%) não é um target (objetivo) nosso, ao contrário. Mas é que, pelo tamanho do aumento de capital pela emissão de ações, dificilmen­te vai diluir mais do que isso”, explicou o ministro.

Para que a fatia estatal seja reduzida para algo mais perto de 20% ou 30%, de acordo com Oliveira, seria preciso um fluxo “enorme”, dado o alto valor de mercado da companhia. “A participaç­ão do governo na Eletrobrás vai continuar sendo alta, mas se houver risco de a participaç­ão do governo não ser diluída, aí sim pode ser que se venda uma pequena parcela.”

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