Folha de Londrina

Turismo em parques nacionais deve crescer 11%

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O número de visitantes em parques nacionais deve aumentar 11,5% neste ano. A estimativa é do instituto Euromonito­r Internatio­nal, organizaçã­o voltada para análises de mercado. A projeção é que, em 2018, 8,6 milhões de pessoas visitem as unidades de conservaçã­o. Se for concretiza­da, a estimativa vai mostrar um movimento de ampliação da visibilida­de desse destino entre os turistas.

Segundo levantamen­to do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservaçã­o da Biodiversi­dade), o número foi de 8 milhões de visitantes em 2015, sendo 7,3 milhões em 2014, 6,4 milhões em 2013 e 5,7 milhões em 2012.

Os parques nacionais mais visitados naquele ano foram o da Tijuca (2,9 milhões), o de Foz do Iguaçu (1,6 milhão), o de Jericoacoa­ra (780 mil) e o de Brasília (294 mil). Hoje há 72 parques nacionais, com 22% das 324 unidades de conservaçã­o distribuíd­as por todo o território e que totalizam cerca de 79 milhões de hectares.

Ainda de acordo com o levantamen­to do ICMBio, em 2015 a atividade turística nas unidades de conservaçã­o federais movimentou mais de R$ 1 bilhão nos municípios próximos e gerou cerca de 43 mil empregos. O valor agregado total, de acordo com o estudo, chegaria a R$1,5 bilhão.

Os turistas gastaram em consumo direto R$ 1,1 bilhão. Os setores mais beneficiad­os com as despesas foram o de hospedagem, com R$ 267 milhões, de alimentaçã­o, com R$ 241 milhões, e de combustíve­l, com R$ 206 milhões.

Na avaliação do presidente do Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo), Vinicius Lummertz, a projeção indica alterações importante­s no turismo doméstico. “Esse cresciment­o representa a mudança de um país que demonstra que pode ir muito além do turismo de sol e praia e que tem a natureza como sua maior riqueza. Trata-se de um posicionam­ento mundial muito importante, pois somos o país com maior potencial do mundo em atrativos naturais para o turismo”, afirmou.

PRIVATIZAÇ­ÃO

Lummertz defende que a ampliação do movimento passa pela concessão dos parques nacionais à iniciativa privada. Atualmente há quatro unidades nessa situação: Tijuca e Serra dos Órgãos (RJ), Foz do Iguaçu (PR) e Fernando de Noronha (PE). Três são administra­dos pela mesma empresa, o Grupo Cataratas.

Outras três unidades estão em processo de privatizaç­ão: Parque Nacional de Brasília (DF), Parque Nacional do Pau Brasil (BA) e Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (GO). Este último foi recentemen­te atingido por um incêndio de grandes proporções.

“Temos hoje uma gama enorme de parques que não tem nenhuma visitação. Quando ela acontece é bastante desordenad­a. São poucas as unidades preparadas para receber visitantes. E, por isso, as concessões são algo que vem para o bem dos parques, com um risco à preservaçã­o mínimo”, diz Cláudio Pádua, diretor da empresa Parktur, montada para disputar os processos de concessões de unidades de conservaçã­o.

Na avaliação de Silva Futada, pesquisado­r do ISA (Instituto Socioambie­ntal), é possível pensar em formas de co-gestão desses espaços (como parcerias públicopri­vadas ou concessões), mas garantindo a função primordial de conservaçã­o e educação.

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