Vestibular da UEL
Ao ler a opinião da professora Viviane Correia de Souza (Opinião, 02/11), que descreve a tristeza do último vestibular da UEL, me animei, enquanto mãe de dois vestibulandos a compartilhar o que estamos vivenciando. Como ela bem descreve, meus filhos são aqueles que compõem o grupo de alunos que deram o máximo esse ano para passar. Gabriel ano passado, no 2º ano do Ensino Médio, fez 33 pontos e passou para segunda fase do curso de Direito matutino da UEL. Este ano fez 29 pontos que, provavelmente, não lhe possibilitarão ir para segunda fase. E a primeira coisa que ele me disse quando fui buscá-lo ao final da prova foi: “Mãe eu sei que estudei bastante todos os conteúdos esses três anos, mas não ‘caiu’ conteúdos que eu estudei. ‘Caiu’ questões sobre assuntos que eu nunca vi. Mãe como pode acontecer isso?”. Como sou professora da UEL, ele tinha a ilusão de que eu pudesse lhe responder. Essa falta de compreensão sobre os critérios utilizados pela UEL para elaboração de suas provas é antigo, mas este ano creio que extrapolou o limite do razoável. Por isso, estou aqui como mãe e cidadã para apelar para o bom senso dos profissionais que elaboram as questões do vestibular da UEL, para que no momento que forem compor as provas busquem construir questões com base nos conteúdos trabalhados no Ensino Médio, bem como evitem questões que cobram especificidades absurdas que parecem mais conteúdos de revista de curiosidades. Acredito que seja possível, a partir dessa experiência que foi devastadora para nossos jovens, uma reflexão sobre como o vestibular da UEL pode se constituir em uma prova mais justa e adequada às características e aspirações da nossa comunidade.
CELIA REGINA VITALIANO (professora e doutora em Educação) – Londrina