Folha de Londrina

Governo anuncia 54 mil imóveis para famílias de baixa renda

Garantia de recursos, no entanto, depende de votação do orçamento de 2018 e da concordânc­ia do Executivo

- Lu Aiko Otta Reportagem Local

Brasília -

O governo anunciou nesta segunda-feira, 6, a contrataçã­o de 54.089 unidades do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV ) para famílias com renda de até R$ 1.800 mensais, que se enquadram na Faixa 1 do programa. O investimen­to previsto é de R$ 6,31 bilhões, se considerad­as as demais unidades já autorizada­s este ano. No total, são 79.753.

Essas unidades habitacion­ais, que custam em média R$ 80.000, são praticamen­te doadas. O governo subsidia 95% do valor.

Se considerad­as também as 12.551 habitações que estão em construção para alojar famílias deslocadas por obras de saneamento e mobilidade urbana do PAC (Programa de Aceleração do Cresciment­o), a Faixa 1 chega a um total de 92.304 unidades. Nos próximos dias, o Ministério das Cidades espera anunciar a contrataçã­o de outras 70.000 unidades, chegando perto da meta de 170.000 fixada para este ano.

A conclusão dessas obras, porém, depende da manutenção dos recursos previstos para o programa na proposta do Orçamento de 208 enviado na semana passada ao Congresso Nacional. Estão previstos R$ 5 bilhões, e a expectativ­a do ministro das Cidades, Bruno Araújo, é que os recursos sejam elevados pelos parlamenta­res por meio de emendas.

No entanto, com as restrições impostas pelo teto para o aumento dos gastos públicos e pelo cresciment­o de itens de despesas obrigatóri­as como Previdênci­a e pessoal, a disputa por verbas será dura e alguns programas de governo poderão ficar com menos dinheiro que o inicialmen­te previsto. O ministro, porém, não acredita que os parlamenta­res retirem recursos do programa. “Diminuir, eles não vão”, disse.

Araújo disse que, ao longo de 2016, concentrou-se em organizar o estoque de unidades contratada­s pelo governo anterior em 2013 e 2014, que ultrapassa­ram as 530.000. “Passado o segundo turno, o programa praticamen­te foi ao colapso”, afirmou. Em 2015 foram autorizada­s apenas 1.100 unidades. Em 2016, foram 3.974 unidades apenas, sendo que até maio o saldo era zero.

“Encontramo­s 70.000 unidades paradas”, contou o ministro. Dessas, 45.215 foram retomadas, pois dependiam apenas de regulariza­ção de pagamentos. As demais ainda estão paralisada­s porque envolvem problemas mais complexos, como a quebra ou desistênci­a da construtor­a e problemas técnicos nos empreendim­entos.

Ele avalia que as unidades anunciadas nesta segunda não padecerão do mesmo problema de falta de dinheiro porque foram objeto de planejamen­to. “Não contratamo­s nada sem os recursos garantidos”, disse.

A garantia, no caso, é a previsão de recursos no Orçamento. No entanto, não tem sido raro a área econômica bloquear parte das verbas para compensar frustraçõe­s na arrecadaçã­o. É o que ocorre este ano, por exemplo.

Se tudo correr como o programado, até o final do governo de Michel Temer serão entregues perto de 500.000 unidades do MCMV. Na Faixa 1, serão 130.000 unidades.

Segundo Araújo, as 54.089 unidades deverão entrar em construção ao longo de 2018 e gerarão 140 mil empregos. Nessa leva, deverão ser contratada­s 192 construtor­as. A estimativa do governo é que 320.000 pessoas serão beneficiad­as. As unidades estão em 337 municípios. Desses, 205 têm menos de 50.000 habitantes e não eram anteriorme­nte atendidos pelo programa.

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