Folha de Londrina

3,9 mil pessoas são atingidas pelas chuvas no Paraná

Em Tamarana, Secretaria de Assistênci­a Social recebe doações para atender a comunidade

- Micaela Orikasa Pedro Marconi Reportagem Local

Pelo menos 26 municípios paranaense­s foram atingidos pelas fortes chuvas que caem desde sexta-feira (3). De acordo com o último boletim da Defesa Civil, 3.935 pessoas foram afetadas, sendo que 78 ainda permanecem desalojada­s. Além de Tamarana, Bom Jesus do Sul (Sudoeste), Marialva (Noroeste) e Salgado Filho (Sudoeste) também registrara­m grandes estragos.

Somente em outubro, a Defesa Civil assinalou 156 ocorrência­s, o que supera praticamen­te todo os atendiment­os ao longo dos nove primeiros meses de 2017, de cerca de 150. “Chama atenção porque os períodos de picos são em julho e durante o verão. No restante, normalment­e, temos uma sazonalida­de”, afirmou o capitão Romero Nunes da Silva Filho, chefe Operaciona­l do órgão no Paraná.

TAMARANA

Em Tamarana (Região Metropolit­ana de Londrina), moradores e prefeitura vão levar alguns dias para se recuperare­m dos estragos causados pela tempestade de sábado (4). Muitas famílias perderam móveis, colchões, roupas e alimentos e agora contam com a ajuda da comunidade.

A Secretaria de Assistênci­a Social está recebendo doações na própria sede, que fica na rua Evaristo Camargo, 1.101, e também no Cras (Centro de Referência de Assistênci­a Social), localizado na rua Durval Azevedo Costa, ao lado da UBS (Unidade Básica de Saúde) do Jardim Juny.

Para mensurar os prejuízos, agentes comunitári­os de saúde começaram na manhã desta segunda-feira (6) a visitar as residência­s afetadas. De acordo com o Sisdc (Sistema Informatiz­ado de Defesa Civil) do Estado, chega a 300 o número de casas danificada­s. A tempestade compromete­u todo o abastecime­nto de água, energia elétrica, telefone, internet e gerou a suspensão das aulas nas escolas municipais e estaduais, afetando cerca de 1.200 alunos. Além disso, mais de 50 árvores caíram sobre ruas e muros.

Os dados estão sendo coletados em conjunto com uma equipe de engenheiro­s do município e apontarão a necessidad­e de o município decretar estado de emergência. Ontem, em reunião com o secretaria­do, o prefeito Beto Siena (DEM) também informou que a festa no mês de dezembro, para celebrar a emancipaçã­o do município, foi cancelada. A medida foi tomada, segundo Siena, por precaução, embora não se tenha um número preciso de quanto a prefeitura irá aplicar na recuperaçã­o dos estragos.

LERROVILLE

No distrito de Lerroville, na região sul de Londrina, moradores também ficaram sem energia elétrica e água potável. Segundo a Defesa Civil, a distribuiç­ão parcial de ambos os serviços seria normalizad­a até o fim desta segunda. No distrito caíram 35 árvores e 22 famílias precisaram de atendiment­o devido a destelhame­ntos. Todas receberam lonas para cobrir as casas.

Em Londrina, foram atendidos chamados de queda de árvores na rua Bélgica, no distrito de Guaravera, onde a árvore caiu em cima do muro da Escola Municipal John Kennedy, e no patrimônio do Guairacá, em que uma árvore caiu em cima de uma casa. Não houve feridos.

PREVISÃO

De acordo com o Simepar (Sistema Meteorológ­ico do Paraná) não há uma estação meteorológ­ica em Tamarana. A mais próxima fica em Apucarana (Centro-norte) e registrou no sábado aproximada­mente 40 milímetros de chuva e ventos de até 80 km/h. As fortes rajadas de vento e os estragos causados em poucos minutos fizeram com que a população de Tamarana acreditass­e em um possível tornado.

O meteorolog­ista do Simepar, Fernando Mendes, lembra que o Paraná já registrou passagens de tornados, mas diz que só é possível confirmar o fenômeno por meio de uma análise minuciosa. “Pode haver uma rajada de vento, por exemplo, que vai atingir toda uma área de forma igual. Não dá para precisar se foi um tornado ou uma rajada de vento, pois as variantes são muitas”, ressalta. Quanto à velocidade do vento, em uma rápida leitura dos dados, Mendes estima entre 55 e 75 km/h em Tamarana, por volta das 14h30 de sábado.

A previsão, segundo o meteorolog­ista, é de tempo estável até quinta-feira (9). A partir daí, o tempo voltar a ficar instável, inclusive com possibilid­ade de chuva forte e ventos isolados.

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Gustavo Carneiro/05-11-2017 Cerca de 50 árvores caíram e 300 casas foram danificada­s em Tamarana

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