Folha de Londrina

Prova do vestibular da UEL

- JAMES BUSSMANN (aposentado) – Londrina

Tenho acompanhad­o os questionam­entos referentes ao vestibular da UEL. Críticas severas por parte de professora­s e mães de candidatos e, por outro lado, cartas em defesa da instituiçã­o. Deixei de lecionar para o Ensino Médio há mais de 20 anos, passando para o ensino superior e pós-graduação. Assim, me permito fazer algumas observaçõe­s. Estamos vivendo o tempo da cobrança pelos erros cometidos por parte do sistema educaciona­l que na década de 70 inventou o Conselho de Classe (que chamo de pé na bunda) para que alunos medíocres fossem aprovados mesmo sem ter média. Afinal, o governo carecia de números de aprovações nos 1º e 2º graus. E, ao mesmo tempo, enterrou a meritocrac­ia, não mais valorizand­o ou premiando os primeiros para não constrange­r os alunos das últimas linhas dos editais de notas. Assim, depois de décadas de pé na bunda e trabalhinh­os de recuperaçã­o, chegou a cobrança e os nossos jovens pós-2000 acostumado­s com tais benesses não têm condições plenas para o vestibular, pois não carecem de muito estudo nos anos colegiais, passando a pensar em curso superior apenas no último ano ou após o colegial - sempre atrelados a um celular, que reduz a capacidade aprendizag­em e fixação de conceitos. Então, não adianta xingar os professore­s, afinal eles dão o melhor de si (tenho certeza) apesar das classes lotadas de alunos sem vontade de aprender porque o pé na bunda resolve. E quanto ao vestibular, penso que a Universida­de deseja, como sempre, no seu corpo discente alunos que possam avançar nos diversos cursos com tranquilid­ade.

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