Prova do vestibular da UEL
Tenho acompanhado os questionamentos referentes ao vestibular da UEL. Críticas severas por parte de professoras e mães de candidatos e, por outro lado, cartas em defesa da instituição. Deixei de lecionar para o Ensino Médio há mais de 20 anos, passando para o ensino superior e pós-graduação. Assim, me permito fazer algumas observações. Estamos vivendo o tempo da cobrança pelos erros cometidos por parte do sistema educacional que na década de 70 inventou o Conselho de Classe (que chamo de pé na bunda) para que alunos medíocres fossem aprovados mesmo sem ter média. Afinal, o governo carecia de números de aprovações nos 1º e 2º graus. E, ao mesmo tempo, enterrou a meritocracia, não mais valorizando ou premiando os primeiros para não constranger os alunos das últimas linhas dos editais de notas. Assim, depois de décadas de pé na bunda e trabalhinhos de recuperação, chegou a cobrança e os nossos jovens pós-2000 acostumados com tais benesses não têm condições plenas para o vestibular, pois não carecem de muito estudo nos anos colegiais, passando a pensar em curso superior apenas no último ano ou após o colegial - sempre atrelados a um celular, que reduz a capacidade aprendizagem e fixação de conceitos. Então, não adianta xingar os professores, afinal eles dão o melhor de si (tenho certeza) apesar das classes lotadas de alunos sem vontade de aprender porque o pé na bunda resolve. E quanto ao vestibular, penso que a Universidade deseja, como sempre, no seu corpo discente alunos que possam avançar nos diversos cursos com tranquilidade.