Folha de Londrina

Relator vê consenso sobre idade mínima e fim de privilégio­s de servidor

Deputado estabelece 15 de dezembro como limite para aprovaÁão da reforma da Previdênci­a ainda neste ano

- Idiana Tomazelli, Adriana Fernandes Igor Gadelha Agência Estado

O relator da reforma da Previdênci­a, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), confirmou nesta quarta-feira, 8, que o governo concordou em fazer mais concessões no texto que havia sido aprovado na comissão especial. Segundo ele, a intenção é que as modificaçõ­es sejam “as mínimas possíveis”, mas o relator reconheceu que os dois pontos de maior consenso agora são a instituiçã­o da idade mínima para aposentado­ria e o fim dos “privilégio­s” dos servidores públicos”.

Ele evitou detalhar as mudanças que serão feitas porque ainda serão discutidas na quinta-feira, 9, com lideranças políticas. “Há disposição do governo de fazer concessões, mas desejamos que modificaçõ­es sejam as mínimas possíveis”, disse o relator, reconhecen­do que a realidade do governo é “bem mais frágil do ponto de vista da base aliada”.

Em torno dos pontos, Oliveira Maia disse que há consenso em relação à questão da idade mínima. “Não há sentido em fazer reforma da Previdênci­a se não modificar essa condição absurda de a pessoa se aposentar não por idade mínima, mas por tempo de contribuiç­ão. Isso tem permitido que pes- soas com menos de 50 anos se aposentem”, afirmou.

Oliveira Maia explicou que vinha evitando falar sobre a reforma porque não tinha a sinalizaçã­o política de que as discussões andariam. “O tema voltou a caminhar, e tenho crença de que poderemos avançar”, afirmou o relator.

Apesar do otimismo, ele reconheceu que as dificuldad­es são maiores hoje. “Agora estamos retomando discussão sobre este projeto. As condições e circunstân­cias políticas que existiam há cinco meses atrás não são as mesmas que temos hoje, a dificuldad­e aumentou. Depois de duas votações extremamen­te difíceis, teve custo político,

Brasília - isso por si só já é dificuldad­e”, disse.

VOTAÇÃO

O relator afirmou ainda que, se o novo texto da proposta não for votado no plenário da Casa em dois turnos até o dia 15 de dezembro, será muito difícil aprová-lo. Ele disse, porém, não saber qual a data exata que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), marcará a votação.

“Pessoalmen­te, imagino que temos uma janela estreita. Se não votarmos aqui na Câmara dos Deputados até o dia 15 de dezembro e contar com a boa vontade do Senado para aprovar ainda este ano, está claro que as coisas ficam mais difíceis”, declarou o parlamenta­r baiano em entrevista coletiva. Ele ressaltou que não esteve na reunião de terçafeira, 7, entre o presidente Michel Temer e os senadores para saber da situação da matéria no Senado.

Maia disse não crer que conseguirá finalizar o novo texto da reforma que apresentar­á até sexta-feira, como anunciou o deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS), vice-líder do governo na Câmara. “Pessoalmen­te não creio. É possível que até sexta-feira já tenhamos uma sinalizaçã­o dos líderes daquilo que é possível ser modificado”, afirmou. Ele ressaltou que nesta quinta-feira os líderes partidário­s se reunirão para debater o texto.

 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil