Lawtechs vêm para resolver ‘rotinas burras’
“Historicamente, a advocacia é muito tradicional e conservadora, e a TI (Tecnologia da Informação) é outro extremo. A advocacia trabalha de terno e gravata e a TI de camiseta e bermuda”, pontua José Carlos Vargas, presidente da Advise do Brasil, empresa de Londrina que há mais de 15 anos oferece uma ferramenta que controla o dia a dia dos advogados e dispõe do maior banco de jurisprudência do País. A tecnologia, no entanto, pode auxiliar o advogado no que Vargas chama de “rotinas burras”, como o preenchimento repetitivo de formulários. “Isso não cabe ao advogado, é uma perda de tempo para ele.”
Para o presidente, as lawtechs vêm para contribuir com rotinas específicas nas quais empresas grandes não conseguem se concentrar. “Como são empresas novas e pequenas, elas focam em detalhes, em rotinas especificas.”
Em época de lawtechs, a Advise começou a receber ideias de colaboradores na Advise Labs. Três projetos já foram aprovados para integrar o “laboratório” de inovação da empresa. Um deles é um sistema que entrega processos para os advogados das partes com no mínimo 45 dias de antecedência.
O mesmo sistema provê uma solução de jurimetria, que é capaz de comparar uma ação com outras semelhantes para dizer qual a tendência do julgamento. Assim, a parte interessada já pode procurar a outra parte para fazer um acordo antes mesmo do início do processo. “Isso alivia o Judiciário e as partes são beneficiadas.”
Também irá integrar a Advise Labs a Clara, uma robô que irá atender clientes e poderá se tornar uma assistente dos advogados. A última solução é um sistema que permite a formalização de contratos através da autenticação digital, substituindo os cartórios. No ano que vem, a empresa pretende também trazer lawtechs de fora para dentro da empresa.
(M.F.C.)