Folha de Londrina

BARBÁRIE

Três agentes foram feitos reféns, segundo sindicato; não houve fugas e PM permaneceu no entorno do presídio

- geral@folhadelon­drina.com.br Vítor Ogawa Reportagem Local

Rebelião em penitenciá­ria em Cascavel deixa ao menos um morto; amotinados renderam agentes, mas não houve fuga

Pelo menos uma pessoa foi morta na rebelião de presos da PEC (Penitenciá­ria Estadual de Cascavel), no Oeste do Paraná, que teve início na tarde desta quinta-feira (9). A informação foi confirmada à FOLHA pelo diretor-geral do Depen (Departamen­to Penitenciá­rio), Luiz Alberto Cartaxo Moura, por volta das 19 horas. Até às 20h30, o corpo ainda não havia sido recolhido e levado ao Instituto Médico-legal de Cascavel.

Segundo a presidente do Sindarspen (Sindicato dos Agentes Penitenciá­rios do Paraná), Petruska Niclevisk Sviercoski, pelo menos três pessoas foram feitas reféns. “Os detentos renderam um agente penitenciá­rio e dois agentes de cadeia. Um deles foi liberado com ferimentos na cabeça”, destacou Sviercoski. A liberação aconteceu por volta das 18 horas, quando o Samu (Serviço de Atendiment­o Móvel de Urgência) transporto­u essa pessoa para a UPA (Unidade de Pronto Atendiment­o) Veneza.

A Sesp (Secretaria da Segurança Pública e Administra­ção Penitenciá­ria) informou que a PEC possui capacidade para 1.160 presos, mas está atualmente com 980. Os motivos ainda não foram divulgados, mas especula-se que o PCC (Primeiro Comando da Capital) teria deflagrado o motim.

O Sindarspen informou que a rebelião teve início no solário da penitenciá­ria. Segundo o sindicato, detentos que estavam ali escalaram a parede e conseguira­m chegar ao telhado da unidade.

Não houve registro de fugas. Policiais do Choque e da Polícia Militar permanecer­am no entorno do presídio. Profission­ais de imprensa foram impedidos de se aproximar do prédio por motivos de segurança.

HISTÓRICO

Esta não é a primeira rebelião da unidade. Em agosto de 2014, a PEC foi alvo de uma das mais violentas rebeliões do Estado e terminou com cinco mortos e 25 feridos. O levante dos presos somente chegou ao fim com 20 das 24 galerias completame­nte destruídas. Vários presos que lideraram o movimento foram separados e alguns foram transferid­os para outras unidades com o objetivo de desmobiliz­ar o grupo.

A pauta de reivindica­ções incluía a transferên­cia de 80% dos detentos, a melhoria na qualidade da comida e na infraestru­tura e o fim de abusos nas inspeções das visitas. Na época, a unidade tinha capacidade para abrigar 1.116 presos e estava com 1.040.

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PortAl GGN Segundo o Sindicato dos Agentes Penitenciá­rios, a rebelião começou no solário e alguns presos conseguira­m chegar ao telhado da unidade

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