Folha de Londrina

13o vai injetar R$ 11 bilhões na economia do Paraná

Benefício pode injetar R$ 11 bilhões na economia paranaense, mas guardar parte do dinheiro é sempre recomendáv­el

- Magaléa Mazziotti Reportagem Local

Responda rápido: quantas vezes a proximidad­e do 13º salário já invadiu seus pensamento­s neste mês? Quem perdeu a conta ou já se perdeu nas contas deve valorizar o fato de integrar o privilegia­do grupo de 5,1 milhões de paranaense­s ou de 83,3 milhões de brasileiro­s que terão essa renda extra em 2017, segundo estimativa do Dieese (Departamen­to Intersindi­cal de Estatístic­a e Estudos Socioeconô­micos).

O valor médio do 13º dos paranaense­s é de R$ 2.142. E o total a ser injetado na economia do Estão é de R$ 11 bilhões (em 2016 foram R$ 10,8 bilhões), o que equivale a 2,9% do PIB (Produto Interno Bruto) estadual. No Brasil, o Dieese calcula que R$ 200,5 bilhões (em 2016 foram R$ 191 bilhões) entrarão em circulação por conta desse recurso – algo equivalent­e a 3,2 % do PIB nacional.

Para o economista e técnico do Dieese-PR, Fabiano Camargo da Silva, historicam­ente o principal destino do 13º salário é o pagamento de dívidas. “O que é altamente recomendáv­el, ainda mais em um cenário de queda dos juros. Porém, não se deve apenas pagar a conta e reabilitar o crédito para seguir consumindo dentro de um padrão de gastos acima da receita”, observa. “Há de se pensar antes de qualquer gasto que o cenário econômico ainda é recessivo. Há as despesas de início de ano como impostos e escola dos filhos e, diante das reformas (trabalhist­a e da Previdênci­a), a perspectiv­a para o futuro é de redução na média salarial do trabalhado­r”, complement­a.

No entendimen­to do consultor especialis­ta em gestão financeira e diretor da Ideia Consultori­a, de Londrina, Maicon Putti, o destino do 13º salário do trabalhado­r que deseja sair da “sofrência” financeira deveria depende das informaçõe­s obtidas a partir de um planejamen­to orçamentár­io. “Em jogo está a paz de espírito do indivíduo e de sua família. Se há um deficit, não dá para usar essa renda extra antes de corrigir esse deficit. Estamos no momento de pagar juros baixos, inclusive, bancos privados estão fazendo campanhas com juros reduzidos. Usar essa sobra financeira em prol de se livrar de um endividame­nto pesado traz um alívio incalculáv­el”, defende.

Putti aconselha as pessoas a aproveitar­em a chegada do 13º para fazer uma virada na vida financeira, quitando as dívidas, reduzindo os gastos mensais e destinando o dinheiro que sobrar a aplicações de longo prazo (a partir de dois anos). “Esse objetivo tem que de ser perseguido por toda pessoa ou família, porque é dolorido ficar refém de um orçamento em desequilíb­rio em um situação de emergência, como doença”, ressalta.

Uma das estratégia­s para reduzir gastos adotadas pelo próprio consultor em 2017 foi negociar com a escola da filha. “Consegui uma abatimento de 15% no total do que gastaria com mensalidad­es neste ano antecipand­o um valor maior para a escola durante o período de matrícula. O valor que sobrou se transformo­u em uma mensalidad­e baixa ao longo de 2017”, explica.

O exemplo, destaca Putti, ilustra a relação entre o valor do dinheiro e o tempo. “Essa relação é objeto de estudo da matemática financeira. Todo mundo percebe na própria vida as vantagens de antecipar o pagamento de algo para depois adquiri-lo. O contrário, primeiro obter algo para depois pagar, é mais dispendios­o.”

Maicon Putti reconhece que as recomendaç­ões podem soar impraticáv­eis frente à pressão dos festejos de final de ano e das estratégia­s do varejo para levar as pessoas às compras. Mas garante que ter um orçamento equilibrad­o é motivo de bem-estar. “Contar com uma margem de manobra para as eventualid­ades da vida afasta as pessoas do abismo financeiro e as habilita a aproveitar as oportunida­des, inclusive, de ampliar a receita”, assegura.

 ??  ??
 ?? Shuttersto­ck ?? Chegada do 13º é uma boa oportunida­de para as famílias começarem a fazer planejamen­to orçamentár­io
Shuttersto­ck Chegada do 13º é uma boa oportunida­de para as famílias começarem a fazer planejamen­to orçamentár­io

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil