Enfim a cobrança
A maior prova de que o órgão federal tinha razão está na quebra do Estado e no tal esforço de equilíbrio fiscal que aumentou tributos, congelou salários de servidores”
Era preciso que alguém fizesse a cobrança sobre a inutilidade dos cartões amarelos sobre as contas de Beto Richa fixadas pelo Tribunal de Contas: suas advertências e instruções se reptem ano a ano e acabam esquecidas como se tudo não passasse de encenação. Várias vezes vetado pela Secretaria do Tesouro Nacional por infringência à Lei de Responsabilidade Fiscal, o que impedia a elaboração de empréstimos, jamais o governo levou isso a sério e transformou tais exigências em perseguição política usada à exaustão em campanhas eleitorais e até os dias de hoje repetidas.
A maior prova de que o órgão federal tinha razão está na quebra do Estado e no tal esforço de equilíbrio fiscal que aumentou tributos, congelou salários de servidores, apropriou-se do capital do fundo de pensão e, ainda por cima, faz por método a antecipação de recursos fiscais, com descontos, entre integrantes do Paraná Competitivo. Da mesma forma que fazia ouvidos moucos à advertência da União, olha as restrições e ordenamentos decididos pelos conselheiros do TC com desprezo, mesmo quando elas decorrem de patologias severas decorrentes da ilegalidade orçamentária.
Pois agora o conselheiro Ivens Linhares faz a cobrança de que o governo não dá a mínima para as orientações do plenário que nada têm de radicais e que visam o enquadramento da gestão nos fundamentos do Código de Contabilidade Pública. A questão foi suscitada e não há motivo para qualquer forma de deserção e escapismos: um mínimo de respeito à Corte obrigaria o plenário a fazer a reflexão necessária e exigir mais respeito às suas deliberações. Caso não o faça, se mostrará submisso demais ao não respeitar igualmente as restrições às contas de suas próprias deliberações. Urge dar uma balançada no ritual da subserviência e exigir respeito às suas mediações que sempre são educadas, cordiais e bem-intencionadas.