Para a frente
A Lava Jato não vive um bom momento não apenas pelas exibições de suas falhas, algumas de traço irrecuperável com a da delação da JBS, mas também pelo revanchismo dos políticos nela enquadrados que se acham em plena ofensiva, visível no fato de alguns denunciados estarem à frente da indicação do novo diretor da Polícia Federal. De repente, pinta nova pauta em cima do abuso da autoridade, outra vez, como retaliação.
Daí, a importância de o fluxo judicial da operação ter continuidade como o depoimento ontem de Marcelo Odebrechet sobre o ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras, Aldemir Bendine, cujo pedido de propina teria sido feito, mas não operacionalizado. Ou ainda episódios como o da apuração pela Polícia Federal de um dossiê sobre o juiz Marcelo Bretas que teria sido providenciado por aliados de Sergio Cabral.
Se alguém acreditava que a fauna política, apesar do peso das denúncias, iria acomodar-se estava literalmente enganado. Ela se acha em plena ofensiva e de ingênua nada tem.