Folha de Londrina

Deputados federais têm ‘superfolga’ de 10 dias

Presidente da Casa, Rodrigo Maia, não marcou votações na próxima semana e parlamenta­res esticarão o feriadão da República até o dia 21

- Igor Gadelha Agência Estado Brasília -

Após passarem quatro dias nos Estados na semana passada por conta do feriado do Dia de Finados, os deputados federais terão mais dez dias seguidos de folga a partir deste sábado (11). Isso porque o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), não marcou sessões de votações no plenário da Casa durante toda a próxima semana, em razão do feriado da Proclamaçã­o da República, comemorado na quarta-feira, 15 de novembro.

Maia deu folga aos parlamenta­res mesmo em meio à retomada das negociaçõe­s para votação da reforma da Previdênci­a e com pelo menos oito medidas provisória­s (MPs) próximas de perderem a validade. Como mostrou na quarta-feira (8)

o jornal “O Estado de S.Paulo”, a maioria dessas MPs caducam em 28 de novembro e ainda precisa passar pelos plenários da Câmara e do Senado.

Com esse calendário previsto, as duas casas legislativ­as terão pouco mais de uma semana para votar todas essas propostas. O presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), porém, já afirmou que só pautará no plenário as medidas provisória­s que chegarem com pelo menos 15 dias de antecedênc­ia do prazo de validade. Caso o peemedebis­ta não mude de posição, a votação das oito MPs é inviável.

Entre as medidas ameaçadas estão as que alteram regras do setor de mineração e a que permite renegociaç­ão de débitos de produtores com o Funrural e que reduz a alíquota dessa contribuiç­ão social a partir de janeiro de 2018. Há também as MPs que criam um fundo de cerca de R$ 180 milhões para financiar projetos de infraestru­tura e a que cria o Programa de Desligamen­to Voluntário (PDV) do governo federal.

Maia afirmou que a semana sem votações não passará má impressão para sociedade, porque a Câmara teria compensado a folga com votações de segunda a sexta-feira nessa semana, com pauta sobre segurança pública. As votações de mérito de projeto, porém, só acontecera­m de terça a quinta-feira.

Na segunda, foi votada apenas a urgência de projeto que pune operadoras que não instalarem bloqueador­es de celulares em presídios. “A gente está votando de segunda a sexta. Temos uma pauta importante. (...) Infelizmen­te o feriado da próxima semana é na quarta-feira. Acho que trabalhar de segunda a sexta nesta semana e não fazer um gasto desnecessá­rio na próxima semana, mobilizar a base para chegar aqui segundafei­ra à tarde e ir embora terça-feira na hora do almoço, é um custo maior para o Brasil do que a gente trabalhar até amanhã por volta de meio dia”, justificou o presidente da Câmara.

Oficialmen­te, Maia marcou sessão para essa sexta-feira (10) para votar projetos de decreto legislativ­o sem grande relevância. Muitos parlamenta­res, porém, deixaram Brasília em direção a seus Estados na quintafeir­a - Maia prometeu descontar as ausências dos salários dos faltosos. Os deputados só precisam retornar a Brasília em 21 de novembro, uma terça-feira, quando está prevista a próxima sessão no plenário.

Vice-líder do DEM na Câmara, o deputado Pauderney Avelino (AM) ressaltou que os dias sem sessão não significam que os parlamenta­res não estarão trabalhand­o. Segundo ele, muitos estarão em Brasília ‘articuland­o’. “Segunda-feira (13) estarei de volta aqui. Não tem sessão, mas tem articulaçã­o”, afirmou à reportagem.

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