Vestibular da UEL
Vítima de uma comorbidade, nossa educação sofre de vários males, por isso concordo com o leitor James Bussmann (Opinião, 08/11) quando diz que estamos vivendo um tempo de cobranças por erros cometidos no passado, por erros de um governo que não respeita a hierarquia correta entre números x qualidade de educação, erros que hoje custam caro a todos: alunos, professores, pais, sociedade em geral. A educação carece mesmo ser discutida, repensada de um modo geral. Em relação aos alunos, também há muito para ser mudado, precisamos dizer a eles o segredo da vida de forma bem clara, como disse Mário Sérgio Cortella aos seus filhos quando completaram 12 anos: “Vaca não dá leite. Você tem de tirar. Esse é o segredo da vida. Vaca, búfala, cabra, não dão leite. Ou você tira ou não tem leite”. No entanto, o que estamos discutindo aqui é particularmente sobre essa última prova de vestibular da UEL. Estamos falando, especificamente, de um número surpreendente de estudantes que conhecemos, e que, mesmo tendo investido em tempo de estudo, viram seu desempenho cair de forma inesperada em relação a si mesmos, diante de uma prova, tida por profissionais da área, como a mais difícil dos últimos 20 anos. Não estamos falando aqui dos alunos sem vontade de aprender, mesmo porque esses não devem saber até hoje quantos acertos tiveram na prova, pois não se deram ao trabalho de esperar o tempo necessário para pegar o caderno de provas e conferir o gabarito. Não é por esses que clamamos. Esses têm mesmo que aprender o quanto antes que vaca não dá leite. Estamos lutando por aqueles que voltaram com as canecas vazias, mesmo tendo investido tempo e esforço em aprender a técnica de ordenhar.
VIVIANE CORREIA DE SOUZA (professora) - Londrina