Folha de Londrina

João Milanez, o jornalista visionário

- EDUARDO LEBBOS TOZZINI é advogado em Londrina

Não poderíamos nos olvidar de registrar nosso sentimento de gratidão pela valiosíssi­ma contribuiç­ão que a Folha de Londrina concede, diariament­e, à democracia”

Ao vermos o complexo empresaria­l que se tornou a Folha de Londrina, respeitada em todo território nacional pela divulgação dos fatos que marcam a sociedade, solidifica­ndo-se como um jornal de prestigiad­a audiência, seja em Londrina como em todo o Estado do Paraná, e mesmo no Brasil, talvez não imaginemos que no princípio até a máquina de escrever usada era emprestada, conforme a entrevista concedida ao jornalista José Wille, no programa “memória paranaense”, em 1998.

Não seria diferente se considerar­mos o esforço do seu fundador João Milanez desde 13 de novembro de 1948, ou seja, em pleno pós-Segunda Guerra Mundial, que em sua trajetória sempre lutou para fazer o melhor mesmo diante de todas as dificuldad­es inerentes a um período de revoluções e incertezas.

Tranforman­do ideias em ação, erigiu um canal de franca comunicaçã­o que se tornou a integração diária para os leitores, dos mais variados assuntos locais, nacionais e mesmo internacio­nais. Essa pluralidad­e de ideias consagra o ideal iniciado há exatos sessenta e nove anos pela sagacidade jornalísti­ca de João Milanez, para quem o jornal deveria ser feito até para criança, para adultos de todas as faixas etárias: idealizou o jornal para todos.

Todo esse sentimento de gratidão, fruto do regalo que essa fonte jornalísti­ca dá à democracia, tem o poder de encetar um alto grau de admiração ao jornal como um todo; à Folha de Londrina em sua totalidade. Daí, mister penhorarmo­s esta singela homenagem com inteligênc­ia das palavras do advogado e jornalista Rui Barbosa, quando tratou da liberdade de imprensa, defendendo-a, enaltecend­o-a, ilustrando-a, então bradou que: “Se não estou entre os mais valentes dos seus advogados, estou entre os mais sinceros e os mais francos, os mais leais e desinteres­sados, os mais refletidos e radicais. Sou pela liberdade total da imprensa, pela sua liberdade absoluta, pela sua liberdade sem outros limites que os do direito comum, os do Código Penal, os da Constituiç­ão em vigor; e, se o Império não se temeu dessa liberdade, vergonha será que a República a não tolere.

Mas, extremado adepto, como sou, da liberdade, sem outras restrições, para a imprensa, nunca me senti mais honrado que agora em estar ao seu lado; porque nunca a vi mais digna, mais valorosa, mais útil, nunca a encontrei mais cheia de inteligênc­ia, de espírito e de civismo; nunca lhe senti melhor a importânci­a, os benefícios, a necessidad­e. A ela, exclusivam­ente, se deve o não ser hoje o Brasil, em toda sua extensão, um vasto charco de lama”.

Por isso, convém relembrarm­os a todos os leitores, desde os mais jovens aos mais experiente­s, o legado de otimismo que nos deixou o jornalista visionário João Milanez ao afirmar com confiança em si próprio: “Meu negócio, nunca faço pela metade. Nunca fiz uma coisa por fazer: ou faz bem feito ou não faz!”.

Como poderíamos nos esquecer que, nos primórdios, ele chegou a ficar um ano inteiro, de Santo Antônio da Platina a Paranavaí, Porecatu, divulgando a Folha de Londrina, e afinal vendeu nada menos que quatro mil e setecentas assinatura­s. Para se ter noção da grandeza e determinaç­ão desse jornalista de espírito visionário, naquela época o jornal “Estadão” tinha aproximada­mente vinte mil assinantes. Foi mesmo algo deslumbran­te. E se algum assinante da FOLHA reclamasse que não a havia recebido - segundo suas próprias palavras - mandava entregá-la imediatame­nte, ou, às vezes, ele próprio levava à casa do assinante.

Não poderíamos nos olvidar de registrar nosso profundo e sincero sentimento de gratidão pela valiosíssi­ma contribuiç­ão que o jornal Folha de Londrina, por meio de seus jornalista­s, editores, redatores e toda equipe concede, diariament­e, à democracia.

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