Folha de Londrina

Mas o déficit público tende a reverter esta tendência

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Agora observe. O governo está gastando cerca de 10% mais do que arrecada a cada ano e nossa dívida bruta já está em 74% do PIB. Óbvio que o governo precisará tomar mais dinheiro emprestado para financiar este déficit e para tanto, precisará aumentar os juros para atrair os investidor­es para os títulos da dívida e a dívida vai se elevando cada vez mais.

O buraco da Dominância Fiscal

Já se avizinha o momento em que a dívida do país se tornará tão elevada que qualquer política econômica será ineficaz. É o que se chama de Dominância Fiscal. Basicament­e, um aumento de juros eleva ainda mais a dívida que já aumenta porque o governo gasta mais que arrecada, até o momento que ela tornará impagável. Na Dominância Fiscal, os juros não mais causam queda da inflação, mas provocam forte piora no quadro de endividame­nto do governo.

O que fazer

Tenho claro que taxas de juros em declínio não se sustentam sem que o governo consiga equacionar suas contas. Não buscar o equilíbrio nas contas públicas por meio de uma Reforma Fiscal significar­á que voltaremos à síndrome de voo de galinha - espasmos de cresciment­o seguidos de novas crises.

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