Folha de Londrina

Um pedido especial de Natal

Correios lançam tradiciona­l campanha solidária com quatro mil cartinhas para serem adotadas pela comunidade

- Micaela Orikasa Reportagem Local

Odesejo de presentear milhares crianças em situação de vulnerabil­idade social é uma tradição dos Correios. Há 28 anos são distribuíd­as cartinhas em busca de verdadeiro­s “Papais Noéis”. Nesta edição, são quatro mil desejos à espera de uma boa ação.

Em desenhos ou em palavras, cada carta traz a inocência da infância em meio a um choque de realidade. São muitos pedidos. São muitas histórias. Como a da Amanda, que mora no distrito de Lerroville (zona sul) e sonha em ter um rádio. “Minha vida é difícil. Meu pai é boia-fria e ganho roupas e sapatos. Meus amigos tiram sarro de mim quando meu sapato estraga. Eu que lavo as minhas roupas e cozinho para ajudar meu pai. Meu sonho é ter um rádio, mas se não puder, ficarei feliz em ganhar um relógio ou uma roupa. Ficarei feliz com qualquer coisa”.

A cartinha de Amanda foi lida por Beatriz Tamura, presidente da AML (Associação Médica de Londrina), durante o lançamento da campanha Papai Noel dos Correios 2017. A solenidade foi realizada na manhã desta segundafei­ra (13) na Agência Londrina e tem o apoio da prefeitura municipal. Essa foi a primeira das 350 cartas adotadas pela associação.

Para apadrinhar uma carta é muito simples. Basta comparecer a um dos pontos de adoção na cidade, escolher a carta e devolvê-la com o pre- sente até o dia 15 de dezembro. “A entrega dos presentes nas escolas começará desta data até o último dia de aula (20 de dezembro). Como é um período muito curto, não será possível incluir os pedidos que não respeitare­m o cronograma”, ressalta Antonio Augusto Ferreira Santos, coordenado­r da regional Norte do Paraná.

Nos últimos três anos, foram recebidas mais de 2,5 milhões de cartas através da campanha. Neste ano participam alunos até o 5° ano de 15 escolas municipais de Londrina, mas também há cartinhas escritas por crianças atendidas em entidades filantrópi­cas.

Entre tantos desejos, há aqueles pelos brinquedos da moda, mas também tem muitos pedidos por materiais escolares e alimentos, como cestas básicas e de natal. Segundo Santos, um item que tem chamado bastante atenção nesse ano é o creme de avelã.

A economista Denise Filla, funcionári­a dos Correios, lembra da primeira carta que adotou. “Era um menino que queria um uniforme do Corinthian­s. É muito gratifican­te saber que está ajudando a realizar um sonho. Não é o presente em si que vale a pena e sim o clima de esperança e solidaried­ade”, diz ela, que há 11 anos adota uma cartinha de Natal.

CORRENTE DO BEM

O ato de presentear crianças carentes no Natal surgiu de uma corrente do bem. Quase três décadas atrás, os funcionári­os de uma agência dos Correios no Paraná se comoveram com algumas cartas endereçada­s ao Papai Noel e passaram a comprar os presentes anonimamen­te.

Como um “milagre”, a ideia se multiplico­u e se tornou uma das maiores campanhas natalinas em todo o País. “Procuramos adotar 100% das cartas e para isso contamos com o apoio de entidades e parceiros”, afirma Paulo Cezer Kremer dos Santos, superinten­dente estadual dos Correios.

A OAB de Londrina vai participar pela primeira vez da campanha Papai Noel dos Correios. “Adotamos 100 cartinhas e alguns presentes já estão chegando. Todos estão animados em ajudar”, afirma Ana Paula Oliveira.

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Anderson Coelho Para participar da campanha basta comparecer a um dos pontos de adoção, escolher a carta e devolvê-la com o presente até o dia 15 de dezembro
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