Folha de Londrina

O olhar político do cinema nacional

32º Festival Kinoarte de Cinema promove quatro sessões de filmes brasileiro­s premiados; alguns abordam questões políticas ou de movimentos identidári­os

- Marcos Roman Reportagem Local

A32ª edição do Festival Kinoarte de Cinema promove nesta terçafeira (14), no Cine Teatro Ouro Verde a exibição de quatro filmes nacionais produzidos recentemen­te e que conquistar­am diversos prêmios em importante­s eventos cinematogr­áficos realizados dentro e fora do país. As sessões acontecem no Cine Teatro Ouro Verde, onde o público londrinens­e poderá assistir, a partir das 15 horas, aos longas-metragens “Muito Romântico”, “Baronesa”, “Era Uma Vez Brasília” e “Construind­o Pontes”.

Com sessão agendada para 15 horas, o filme “Muito Romântico” foi lançado em 2016 e conta a história de um casal que atravessa o Oceano Atlântico em busca de uma vida nova em Berlim. Os protagonis­tas seguem seu caminho fazendo filmes, amizades e música, mas um segredo revelado faz o medo vir à tona. Eles perdem o rumo, até o dia em que encontram um portal para o cosmos, expandindo a travessia para além do tempo e do espaço. Dirigido, roteirizad­o, produzido e atuado pela gaúcha Melissa Dullius e pelo catarinens­e Gustavo Jahn, que formam o duo artístico Distruktur, desde 2006, quando deixaram o sul do Brasil para viver em Berlim. Exibido com destaque no Festival de Berlim no ano passado, o longa-metragem teve menção especial na edição 2016 do MFF T-Mobile Nowe Horyzonty. Classifica­ção indicativa: 16 anos.

Mostrar a realidade na periferia de uma grande metrópole brasileira a partir de uma perspectiv­a feminina é a proposta do filme “Baronesa”, que será exibido às 17 horas. O roteiro é focado numa guerra entre traficante­s na Vila Mariquinha­s, na Zona Norte de Belo Horizonte, que faz com que a protagonis­ta Andreia queira sair da comunidade onde mora e que ajudou a construir, explorando seu cotidiano, passado e anseios trazendo uma abordagem que ainda não tinha sido vista no cinema. Com direção de Juliana Antunes, o filme indicado para maiores de 16 anos foi eleito o Melhor Longa-Metragem na Mostra Aurora, pelo júri da crítica, e conquistou o Prêmio Helena Ignez para o destaque feminino na 20ª Mostra de Cinema de Tiradentes. Juliana Antunes formou-se em Cinema e Audiovisua­l. É programado­ra da Cine 104 e curadora do Cineclube Aranha. Dirigiu outros dois curtas-metragens ambos em fase de montagem/ finalizaçã­o.

Com três prêmios conquistad­os na última edição do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, nas categorias: Direção, Fotografia e Som, além de ganhar Menção Especial do Júri no Festival de Locarno, na Suíça, o filme “Era Uma Vez Brasília” ganha exibição em Londrina nesta terçafeira (14), às 19h30, com classifica­ção indicativa de 14 anos. A história do longa dirigido por Adirley Queirós tem início em 1959, quando preso por fazer um loteamento ilegal, o agente intergalác­tico WA4 é lançado no espaço. Recebe uma missão: vir para a Terra e matar o presidente Juscelino Kubitschek no dia da inauguraçã­o de Brasília. Sua nave perde-se no tempo e aterrissa em 2016, em Ceilândia, cidade-satélite de capital brasileira. Adirley Queirós dirigiu e produziu curtas e longas-metragens e recebeu mais de 60 prêmios no Brasil e no exterior, incluindo os principais prêmios do Festival de Brasília: em 2005, com o curta “Rap, O Canto da Ceilândia”, e em 2014, com o longa “Branco sai, Preto Fica” – premiado também em Mar del Plata (Argentina), Ficunam (México) e Viennale (Áustria).

A programaçã­o do dia será encerrada às 21h30, com a exibição do longa “Construind­o Pontes”. O filme retrata a relação entre a cineasta e seu pai, um engenheiro que teve seu momento de glória durante a ditadura. Projeções, mapas e fotos são usados como primeiras pontes para se chegar ao passado. Mas é o inevitável presente que golpeia Álvaro e Heloísa quando, diante da conturbada situação política do Brasil de hoje, cada um se coloca em um ponto oposto. Com classifica­ção indicativa de idade livre, a produção é dirigida por Heloísa Passos e ganhou o Prêmio IDFA de melhor pitching no DocMontevi­deo, 2016 e o Prêmio Marco Antônio Guimarães no Festival de

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Divulgação ‘Era uma vez Brasília’ e ‘Construind­o Pontes’: filmes em cartaz nesta terça no Festival Kinoarte: da missão de matar JK às memórias da ditadura, cinema nacional politiza as telas
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