Folha de Londrina

PMDB, PSD e DEM disputam o Ministério das Cidades

Partidos que ajudaram a enterrar segunda denúncia contra Michel Temer brigam para herdar pasta que era ocupada pelo PSDB

- Igor Gadelha e Vera Rosa Agência Estado Brasília -

Outros três partidos da base aliada entraram na disputa com o PP pelo comando do Ministério das Cidades, após a saída do tucano Bruno Araújo (PSDB-PE) na última segunda-feira. Políticos do PMDB, PSD e DEM começaram a se articular para indicar um nome ligado às suas respectiva­s legendas. Apesar de estar em 11º lugar no ranking de orçamento da Esplanada (R$ 10,1 bilhões), a pasta comanda programas com impacto direto nas bases eleitorais, como construção de moradias, redes de esgoto e transporte urbano.

O cargo de ministro das Cidades ficou vago após Araújo pedir demissão, alegando não possuir mais apoio interno no PSDB para permanecer no cargo. Visando às eleições do próximo ano, o partido já anunciou que deve desembarca­r oficialmen­te do governo Michel Temer em breve. A sigla ainda comanda Relações Exteriores, Secretaria de Governo e Direitos Humanos.

O comando de Cidades era cobiçado antes mesmo da saída de Araújo Com a demissão, porém, a pressão aumentou pelos partidos da base aliada que ajudaram a barrar a segunda denúncia contra o presidente Michel Temer na Câmara dos Deputados. Vice-líder do PMDB na Câmara, o deputado Carlos Marun (MS) já colocou seu nome para a vaga. Ele ressaltou que tem experiênci­a na área, por ter sido secretário estadual de Habitação. Na bancada do PSD, parlamenta­res defendem o nome do ministro Gilberto Kassab, hoje na Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicaçõ­es, para o cargo.

Partido do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ), o DEM também pleiteia o comando da pasta. “É uma disputa natural e legítima, por ser um ministério que gera uma pauta positiva nos Estados”, disse o líder do partido na Câmara, Efraim Filho (PB). Ele ressalta que o partido tem expertise na área, pois comanda secretaria­s estaduais de Habitação em São Paulo e no Paraná.

A avaliação nos demais partidos da base aliada é de que, se Temer der o comando de Cidades para o PP, o partido ficará super-representa­do. Dona da quarta maior bancada da Câmara, com 45 deputados, a sigla já comanda atualmente o ministério da Saúde, que tem um dos maiores orçamentos do governo, da Agricultur­a e a Caixa Econômica Federal, banco responsáve­l pelo financiame­nto na área de habitação.

O PP trabalha hoje com dois nomes técnicos para indicar para Cidades. O preferido é o de Gilberto Occhi, atual presidente da Caixa e que já comandou a Pasta entre março de 2014 e abril de 2016, durante o segundo governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). O outro nome é o do economista Carlos Vieira, que já foi secretário-executivo de Cidades e do ministério da Integração Nacional. sobre a reforma ministeria­l dentro do governo. De acordo com Jucá, o presidente Michel Temer deverá trocar 17 dos 28 ministros.

Araújo é deputado federal pelo PSDB de Pernambuco e assumiu o ministério em maio do ano passado. Ele participou da criação de programas como o Avançar e o Cartão Reforma.

“A saída do ministro da Cidades precipita a discussão da reforma ministeria­l, tendo em vista que há ministério vago. Temer está avaliando e discutindo como vai fazer. Será uma reforma ampla, 17 ministério­s vagos no prazo que o presidente determinar. Ele quem vai definir o ritmo”, publicou o senador em sua conta no Twitter.

TROCA EM PENCA O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDBRR), disse nessa terça-feira (14) que o pedido de demissão de Bruno Araújo (PSDB) do Ministério das Cidades acabou por “precipitar” o debate (Com Folhapress)

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Valter Campanato/Agência Brasil Vice-líder do PMDB na Câmara e fiel escudeiro de Temer, o deputado Carlos Marun (MS) já colocou seu nome para a vaga no Ministério das Cidades
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