Folha de Londrina

Temer lança campanha de R$ 20 milhões pró-reforma

Governo pretende convencer população que mudanças na Previdênci­a são para acabar com privilégio­s dos servidores

- Bruno Boghossian Folhapress

Brasília

- O governo Michel Temer vai lançar uma campanha publicitár­ia de cerca de R$ 20 milhões para defender a reforma da Previdênci­a na televisão. A propaganda ataca o que chama de “privilégio­s” dos servidores públicos e afirma que “tem muita gente no Brasil que trabalha pouco, ganha muito e se aposenta cedo”. A propaganda, com um minuto de duração, vai ao ar a partir desta sexta-feira, 17, e será exibida por uma semana principalm­ente em intervalos de telejornai­s e novelas.

“O que vamos fazer de mais importante é combater os privilégio­s. Tem muita gente no Brasil que trabalha pouco, ganha muito e se aposenta cedo”, diz um ator na peça, a que a reportagem teve acesso. O Palácio do Planalto decidiu fazer uma campanha de massa para tentar retomar o debate sobre a reforma, reduzir a resistênci­a da população ao tema e, consequent­emente, conter a pressão sofrida pelos parlamenta­res em suas bases eleitorais.

O custo total da campanha ainda não foi calculado, mas fontes do governo estimam as despesas em R$ 20 milhões com o vídeo e a compra de espaço publicitár­io na TV. A peça foi produzida pelas três agências que atendem ao Planalto: Calia, Artplan e NBS.

O combate aos privilégio­s é o mote principal da campanha, citado três vezes na peça. “Com a reforma, servidores públicos ou não terão regras equivalent­es. A nossa maior preocupaçã­o é manter aposentado­rias e pensões sendo pagas em dia. Para isso, temos que cortar os privilégio­s”, afirma o texto.

O governo também destaca que a nova versão da reforma da Previdênci­a mantém as regras de aposentado­ria para trabalhado­res rurais, deficiente­s e idosos de baixa renda, e que as regras serão implementa­das ao longo de 20 anos.

Deputados da base aliada, principalm­ente os do Nordeste, cobravam um esforço do Planalto para ressaltar que a proposta original, que previa regras mais rígidas para aposentado­ria, foi flexibiliz­ada. “Com a reforma, a idade mínima pra se aposentar vai aumentar aos poucos. Só daqui a 20 anos a idade para se aposentar será de 62 anos para mulheres e 65 para homens. Para pessoas com deficiênci­a e idosos que recebem esse beneficio, a reforma da Previdênci­a não muda nada. E também não muda nada para os trabalhado­res rurais”, afirma a peça.

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