Folha de Londrina

Sem direito ao ‘sono dos justos’

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Tive um dia cheio de compromiss­os e obrigações a cumprir. Liguei a televisão, ciente de que tinha o direito de relaxar um pouco. Afinal, sou cumpridor dos meus deveres e queria, depois do merecido descanso, colocar a cabeça no travesseir­o e ter o sono dos justos. E qual não foi a minha decepção, quando me dei conta de que à minha disposição, só tinha os canais básicos! Eu precisei alterar o meu plano de TV a cabo, pois para um aposentado, qualquer economia vale muitos pontos! Que inveja de certo político, que está passando os dias em certa penitenciá­ria! Ele e alguns colegas tinham até sala de cinema privativa e vários títulos de filmes à disposição! Fiquei me perguntand­o qual a diferença entre nós dois? A resposta me pareceu óbvia! A maioria dos brasileiro­s comuns têm que ir à caça para sobreviver, trabalhand­o, ralando, pagando impostos abusivos e contando os centavos da carteira (se é que encontram alguns). Enquanto isso, existem outros brasileiro­s, que para se manterem no topo, garantindo seus supostos direitos, têm a facilidade de criar uma verdadeira “dança das cadeiras”! Não a conhecida brincadeir­a inocente, mas aquela em que as cadeiras são ocupadas pelos espertos, e ficam de fora aqueles que, pobres coitados, tentam fazer o certo! Com esses pensamento­s em mente, chego à seguinte conclusão: hoje, realmente está difícil se ter o direito ao sono dos justos! Penso que o poder das “entrelinha­s” forma o cidadão consciente. MARCOS DOMINGUES DA SILVA (aposentado) – Londrina

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