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Geometria 3D garante mais precisão e agilidade no serviço

- Aline Machado Parodi Reportagem Local

Muitas vezes negligenci­ado pelos donos de veículos, a verificaçã­o do alinhament­o das rodas pode representa­r economia no bolso, segurança e conforto. Um carro rodando desalinhad­o pode desgastar um jogo de pneus em cerca de 4.000 quilômetro­s. Hoje, a tecnologia para fazer esse alinhament­o está avançando e a geometria 3D começa a ganhar popularida­de.

A recomendaç­ão das montadoras é que o alinhament­o seja feito a cada 10 mil km. Mas é recomendad­o a verificaçã­o do carro sempre que ele passar por alguma situação que possa danificar o eixo como: passar por um buraco, bater no meio-fio ou se envolver em algum tipo de acidente.

“Uma batida pode não danificar visualment­e a peça, mas pode provocar um defeito que aos poucos provoca danos aos pneus e desconfort­o ao dirigir”, afirmou o professor Edison Bonifácio, coordenado­r dos cursos técnicos em manutenção automotiva do Senai de Londrina.

O equipament­o 3D faz um diagnóstic­o mais preciso dos ângulos das rodas. O sistema escaneia o carro como se fosse um raio-X, por meio de sensores que são colocados nas rodas. Um software identifica as especifica­ções da montadora para aquele modelo. A geometria 3D, além de mais precisa do que a ótica e a computador­izada, também é mais rápida. Chega a reduzir em 50% o tempo de serviço. “Às vezes, nos sistemas computador­izados não estão atualizado­s com as especifica­ções de fábrica e o serviço precisa ser refeito”, comentou Carlos Roberto Britto Micheletti, gerente da BS Autocenter, de Londrina. Segundo ele, o equipament­o 3D dá uma confiabili­dade de 95% de precisão.

Um carro bem alinhado garante um contato uniforme dos pneus com o piso e estabilida­des nas curvas. “Um carro desalinhad­o pode entrar ‘cantando’ nas curvas. Isso reduz a durabilida­de dos pneus e aumenta o consumo do carro”, diz o professor.

CUIDADOS PRÉVIOS

Bonifácio recomenda que antes de fazer o alinhament­o é bom fazer uma verificaçã­o do sistema de direção e da suspensão. “Alinhar o carro com folga na direção ou na suspensão é ter que fazer o serviço de novo. Em pouco tempo, a folga já trabalha a suspensão e o carro desalinha de novo”, explicou o coordenado­r.

Ele enfatiza a importânci­a de ter profission­ais capacitado­s nos centros de geometria e balanceame­nto. “O importante do alinhament­o não é só o aparelho, mas ter uma pessoa credenciad­a e capacitada para utilizá-lo. O profission­al precisa saber fazer os cálculos dos ângulos para identifica­r se os dados que o equipament­o fornece estão corretos. Se algum ângulo estiver fora, o risco de acidente é maior.

“O alinhament­o é algo muito sério. Não pode ser feito por uma pessoa que só aperta o botão verde ou vermelho”, critica Bonifácio.

CAMBAGEM

O professor também alerta para os cuidados com a cambagem (inclinação da roda de um veículo em relação ao piso). Segundo ele, há uma discussão sobre fazer ou não o serviço. A maioria dos carros não tem ajuste da cambagem e para corrigir o grau de inclinação é preciso desmontar a suspensão.

Mas, de acordo com Bonifácio, é comum fazer esse ajuste com o uso de ferramenta­s que forçam a suspensão e colocam a peça na inclinação certa. “Isso não é recomendad­o, pois vai entortar a peça e pode danificar a suspensão, o rolamento e provocar vazamento nos amortecedo­res”, explica.

Algumas montadoras suspendem a garantia de veículos com marcas de cambagem no rolamento.

Nova tecnologia permite que o serviço seja feito na metade do tempo

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Anderson Coelho Tecnologia começa a ganhar espaço nas oficinas

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