Folha de Londrina

Médico acusa hospital de omissão de socorro em Jacarezinh­o

Plantonist­a não se conformou com a liberação de paciente em estado grave e registrou ocorrência na polícia

- Geral@folhadelon­drina.com.br Vítor Ogawa Reportagem Local

Omédico Alceu Bernardo Coqueiro de Oliveira Junior registrou um boletim de ocorrência no dia 3 porque a Santa Casa de Misericórd­ia de Jacarezinh­o (Norte Pioneiro) liberou a paciente Olga Sanchez da Silva, 68, que foi encaminhad­a por ambulância da cidade de Figueira (Norte Pioneiro), pelo sistema Vaga Zero para receber um antibiótic­o chamado Imipenem, indicado para o tratamento de infecções mistas.

Silva foi liberada pela direção do hospital contra a vontade do médico. “Entrei em contato com o plantão da clínica médica, que informou que teria que entrar em contato com o diretor clínico do hospital, pois o medicament­o é muito caro (custa em torno de R$ 800). Ao informar o caso a esse diretor recebi um não como resposta. Eu disse que chamaria a polícia, pois não poderia me responsabi­lizar por mandar a paciente embora”, declarou Oliveira Junior. Neste momento, o médico diz ter sido dispensado pelo diretor.

Oliveira Junior acrescento­u que não poderia liberar uma paciente acamada, sequelada de AVC (acidente vascular cerebral), com infecção de urina de repetição e com quadro de internação. “O fato da paciente ser acamada aumentaria ainda mais o risco da saúde dela”, afirmou. desde que o caso esteja dentro do perfil assistenci­al da instituiçã­o. “Quando regulado pelo complexo regulador da localidade, o hospital deve sim acolher a demanda e realizar a assistênci­a necessária. Em alguns casos, o não atendiment­o pode configurar infração e resultar em processo administra­tivo pelo risco de prejuízo ao paciente”, diz a nota.

Após a recusa de atendiment­o na Santa Casa, a paciente Olga Sanchez da Silva retornou de ambulância a Figueira. Entretanto, seu quadro de saúde se agravou e ela teve de retornar a Jacarezinh­o e ser internada na UTI (unidade de terapia intensiva).

Consultado pela reportagem, o desembarga­dor Miguel Kfouri Neto, autor dos livros “Responsabi­lidade Civil do Médico” e “Responsabi­lidade Civil dos Hospitais”, disse que o administra­dor do hospital pode ser processado, já que houve piora do quadro de saúde da paciente. “Isso caracteriz­a, em tese, omissão de socorro e o hospital pode ser responsabi­lizado”, apontou.

Segundo a secretária de Saúde de Figueira, Salete Westley de Paula, a paciente já está fora de perigo. “Ela ficou uma porção de dias por lá e já retornou ao município”, destacou.

A delegada 12ª SDP (Subdivisão Policial) de Jacarezinh­o, Caroline dos Santos Fernandes, não quis se pronunciar sobre o caso.

“Nunca vivi um absurdo tão grande. O hospital satélite é de referência. O município de Jacarezinh­o tem obrigação para a região. E quando o paciente é encaminhad­o pelo sistema Vaga Zero, o hospital é obrigado a aceitar o paciente. Vem verba do governo

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