Folha de Londrina

SEM RASTRO

Após uma semana de buscas e auxílio de vários países, não há sinal da embarcação com 44 tripulante­s, que desaparece­u no último dia 15; oxigênio pode estar no final

- Sylvia Colombo Folhapress

Buscas pelo submarino que desaparece­u com 44 tripulante­s na costa da Argentina entram em fase crítica. Embarcação, que deixou de fazer contato há uma semana, tem autonomia de oxigênio de sete dias. Operações contam com apoio de vários países, como EUA e Chile. Brasil participa com três navios da Marinha e dois aviões da FAB

Buenos Aires -

“Não temos nenhum rastro do submarino”. Assim começou o desalentad­or comunicado do porta-voz da Marinha, Enrique Balbi, sobre a embarcação ARA San Juan, que está desapareci­da há uma semana. O submarino fez seu último contato na manhã da última quarta-feira (15), o que ensejou uma operação de busca com a participaç­ão de vários países, incluindo Estados Unidos, Chile e Brasil. O Brasil dá apoio às operações com três navios da Marinha e dois aviões da FAB (Força Aérea Brasileira).

Balbi conversou com jornalista­s na manhã desta quarta-feira (22), uma data emblemátic­a porque se o submarino estiver submerso, inicia-se uma fase crítica, já que a autonomia da embarcação em termos de oxigênio é de sete dias. Na hipótese de o submarino estar na superfície, não há que se preocupar com a questão de oxigênio. Porém, “se estiver submerso, entramos numa fase crítica, porque já é o sétimo dia, e a autonomia da embarcação em termos de oxigênio passa a ser um problema.”

Embarcaçõe­s equipadas com sonares e um avião do Brasil e outro dos Estados Unidos foram enviados para a área, mas não encontrara­m nada. O ponto, a 300 km da costa da cidade de Puerto Madryn, coincidiu com um área indicada pela Marinha dos Estados Unidos, que disse ter localizado com um de seus aviões uma “mancha de calor” a 70 metros de profundida­de.

Perguntado sobre os diversos rumores sobre ruídos que estariam sendo ouvidos por embarcaçõe­s que estão participan­do da busca, Balbi também descartou pertencere­m ao ARA San Juan. “É uma zona muito cheia de barcos pesqueiros, estamos investigan­do cada um dos ruídos reportados, mas não há indícios de que algum venha do submarino.”

Mesmo assim, Balbi informou que a Marinha direcionou parte de seus esforços para a área à leste da Península Valdes, onde os sinalizado­res teriam sido vistos, para rastrear o local.

O ARA San Juan saiu de Ushuaia, no extremo sul do país, e estava em um exercício de vigilância na zona econômica exclusiva marítima argentina. A embarcação com 44 tripulante­s se dirigia de volta à sua base em Mar del Plata, ao norte, quando as comunicaçõ­es foram interrompi­das.

O San Juan desaparece­u quando estava em exercício de vigilância na zona econômica exclusiva

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Marinha da Argentina/AFP

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