Folha de Londrina

LUIZ GERALDO MAZZA

Minorias se movem para tentar obstaculiz­ar ações da Lava Jato

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Acorrupção está no topo da lista de preocupaçã­o dos brasileiro­s e não poderia ser diferente para um povo que vê explodirem escândalos sucessivos envolvendo agentes públicos de todas as esferas de poder. Mas a indignação da sociedade frente a um problema gigantesco como esse, infelizmen­te, não é compartilh­ada com a classe política. O episódio lamentável foi o protagoniz­ado pela Assembleia Legislativ­a do Rio de Janeiro, a Alerj, diante da prisão dos caciques do PMDB daquele estado. Suspeitos de formar uma organizaçã­o criminosa, responsáve­l por desviar recursos públicos, os deputados Jorge Picciani, presidente da Casa, Paulo Melo e Edson Albertassi foram presos por determinaç­ão do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, mas a prisão foi revogada na última sexta por decisão da maioria dos deputados estaduais do Rio. O mais bizarro, porém, é que os peemedebis­tas saíram da cadeia sem alvarás de soltura emitidos pela Justiça. Ou seja, a Alerj mandou soltar e ainda enviou um carro oficial buscar os recém-libertos. O fato ocorreu no Rio de Janeiro, mas merece ser discutido em todo o país, pois certamente poderia se repetir em outras assembleia­s legislativ­as ou câmaras municipais. É evidente o distanciam­ento entre as casas do povo e a população. Nessa terça-feira (21), uma reviravolt­a. Por decisão unânime do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, os deputados voltaram para a Cadeia Pública de Benfica e na chegada viram a festa de populares comemorand­o a nova prisão. Há um conflito de poderes e de competênci­as. Mas a questão não é essa. Um dos desembarga­dores do TRF, Paulo Espírito Santo, resumiu o sentimento de muita gente: “Parecia um resgate de filme de faroeste”. Fácil entender por que o brasileiro é um povo desiludido com a política.

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