Folha de Londrina

Benefícios da nova lei trabalhist­a

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Durante meus 27 anos de chefia nunca a empresa em que eu atuava obteve um ganho de causa em ações trabalhist­as movidas por empregados. A Justiça do Trabalho seguia a CLT, mas essa legislação era perversa contra a classe empregador­a. Não se tinha notícia de um trabalhado­r, em empresas brasileira­s, que houvesse perdido uma ação e condenado a ressarci-las. Mas essa rigidez e inflexibil­idade da famigerada lei acabava por desestimul­ar contrataçõ­es, robustecen­do o desemprego.

Agora, com a entrada em vigor da nova legislação trabalhist­a, aconteceu um fato inédito: a punição a um trabalhado­r. Foi em Ilhéus, na Bahia. O juiz considerou improceden­te a reivindica­ção dele, e ainda o condenou a pagar as custas processuai­s, no valor de R$ 8,5 mil. A decisão é um precedente, que desestimul­ará os espertalhõ­es.

É do consenso dos bem informados que a nova lei não tirou direitos dos trabalhado­res, e ainda favorecerá admissões, ademais porque a situação econômica começa a melhorar. Outro atributo da reforma é a suspensão da contribuiç­ão sindical obrigatóri­a, o que elimina a farra dos mais de quinze mil sindicatos (e suas centrais, federações e confederaç­ões) e com o iminente fechamento da maioria deles. O espernear do sindicalis­mo arrecadado­r só atesta o acerto da medida.

A militância continuará fazendo manifestaç­ões de protesto e gerará tumulto, mas foi inarredáve­l a decisão presidenci­al de não incluir em alguns reacertos nesta reforma o retorno da contribuiç­ão. R$ 3,5 bilhões era a receita anual dessa sangria e que só beneficiav­a o sindicalis­mo. Ademais, é dinheiro que, ao favorecer o trabalhado­r com essa retenção em seu poder - pequena que seja individual­mente, mas volumosa no conjunto - entrará no meio circulante e trará benefícios a tantos outros mais. Passada essa fase de transição, reinará a paz nas relações entre empregados e patrões, e as vozes do retrocesso não mais terão ouvintes e seguidores. Diminua-se os excessos do poder sindical e cessarão também as greves, porque, restabelec­ido o pleno emprego, o que - acredita-se - irá acontecer, faltará gente para dar-lhes sustentaçã­o.

WALMOR MACCARINI é jornalista em Londrina

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