Folha de Londrina

Paraná aposta em gestão eficiente para se manter na elite nacional

De volta à Série A após dez temporadas, Tricolor busca dar continuida­de ao trabalho administra­tivo que está recuperand­o o clube

- Esporte@folhadelon­drina.com.br Lucio Flávio Cruz Reportagem Local

Passada a euforia pelo acesso à Série A, o Paraná Clube começa a se planejar para 2018 e quer ter no trabalho de recuperaçã­o administra­tiva que vem sendo feito um dos pilares para se manter na elite do futebol brasileiro. Com uma receita de TV pelo menos seis vezes maior do que a que recebeu na Série B, o Tricolor acredita que é possível gerir bem os recursos e ter um time competitiv­o.

Com uma campanha que demorou para engrenar e com quatro treinadore­s diferentes durante o Brasileiro, o Paraná garantiu a volta à Primeira Divisão no último sábado (18), ao vencer o CRB, em Maceió. O clube amargou dez temporadas seguidas na Série B.

“Dois fatores foram determinan­tes para o acesso: o sistema de jogo estabeleci­do e que teve continuida­de, apesar das trocas de técnicos, e o ambiente de trabalho, que foi maravilhos­o o ano todo. É normal que exista um desgaste ao longo da temporada, mas isso foi fundamenta­l para nós”, apontou o executivo de futebol Rodrigo Pastana.

Dos R$ 4 milhões que recebeu este ano em cotas de TV, o Paraná deve saltar para pelo menos R$ 25 milhões em 2018. Só estes recursos, porém, não serão suficiente­s para bancar todos os custos de um clube que ainda tem muitos problemas extracampo, como dívidas trabalhist­as e fiscais, penhora de bens e receitas e que sofre constantem­ente o risco de perda do seu patrimônio, inclusive do seu estádio, a Vila Capanema.

Pastana, no entanto, aposta na boa administra­ção que vem sendo praticada no clube como uma das armas para o time evitar um novo rebaixamen­to logo no ano seguinte ao acesso, algo tão comum para os clubes que ascendem de divisão.

“Com mais dinheiro, é possível melhorar a gestão, que leva a resultados esportivos mais expressivo­s. Todos estes problemas são antigos e já existiam. A diferença agora é a forma de administra­r”, ressaltou. “Este ano o clube quitou R$ 8,5 milhões de passivo trabalhist­a, não tivemos problemas com salários atrasados e gastamos com o futebol apenas 30% das receitas totais.”

O mandato do presidente Leonardo Oliveira vai até dezembro do ano que vem e isso sugere que a maneira de conduzir o clube será mantida. Em relação ao elenco, Pastana informou que o Tricolor aguarda o fim das duas principais séries do Brasileiro para iniciar conversas com possíveis reforços e que já começaram as tratativas para renovação com alguns jogadores do atual elenco. “É um momento para trabalharm­os com cautela e o mais importante é que o Paraná voltou a ter credibilid­ade no meio, isso é fundamenta­l”, ressaltou.

Sobre o técnico Matheus Costa, o dirigente garantiu que existe interesse na sua permanênci­a. “O Matheus tem uma proposta para trabalhar fora do País, mas já temos conversado sobre a possibilid­ade dele continuar”, frisou.

O executivo de futebol garantiu que a meta já é ter um elenco base no início da temporada para entrar forte no Campeonato Paranaense: “Queremos ter pelo menos 70% do elenco formado, já que vamos dar muita importânci­a ao Paranaense, que é uma competição que o clube não conquista há muito tempo”. O último título estadual do Paraná foi em 2006.

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Geraldo Bubniak/AGB/Estadão Conteúdo Jogadores comemoram com a torcida na Vila Capanema na chegada a Curitiba, após a conquista do acesso em Maceió
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