Folha de Londrina

Aproximaçã­o durou 2 meses e foi feita a distância

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Há quase dois anos, a funcionári­a pública Graziela Pereira Esposito de Camargo e o marido, o analista de sistemas Anderson Domanoski de Camargo, de Curitiba, decidiram adotar uma criança. Eles já eram pais do Fernando, seis anos, e queriam uma menina entre seis e dez anos de idade que vivesse em algum dos três estados da Região Sul ou em São Paulo. A única restrição, além da idade, era que a criança não tivesse problemas de saúde. Fernando foi diagnostic­ado com transtorno do espectro autista e cuidar de um segundo filho que demandasse cuidados médicos não seria viável para o casal, já que ambos trabalham fora.

Mesmo com poucas restrições em relação ao perfil do adotando, não foi fácil encontrar uma criança. Havia grupos de irmãos, mas uma única criança na faixa etária pretendida não estava entre os disponívei­s para adoção. “Resolvi abrir o cadastro e aumentar a idade para até 12 anos, mas aí fomos informados de que havia uma menina em Cascavel (Oeste). Ela tinha 11 para 12 anos”, relembrou a mãe.

A aproximaçã­o durou dois meses e foi feita a distância, por carta e álbuns de fotos, com o aval do juiz responsáve­l pela Vara da Infância e Juventude daquela comarca. Em 7 de novembro de 2016, Erica foi com os pais para Curitiba e um ano depois, está totalmente adaptada à nova família.

A mãe conta que a aproximaçã­o foi tranquila. Erica queria muito ser adotada, em Cascavel vivia no acolhiment­o e quando finalmente encontrou uma família, foi bastante receptiva e sempre se esforçou muito para que a convivênci­a desse certo. “Desde o primeiro dia ela já chamou a gente de pai e de mãe. Meu filho também a recebeu muito bem. Eles brincam muito juntos. Apesar de ser adolescent­e, ela gosta de brincar de carrinho, de andar de bicicleta, coisas que ela não teve e está aproveitan­do tudo agora. Está indo superbem.”

“Quando a gente fez o cadastro já sabia que poderia aparecer uma criança em outra cidade ou estado. E acredito que se eu não tivesse me disponibil­izado a adotar uma criança de fora de Curitiba talvez eu só estivesse adotando agora. Sempre trabalhei com entidades assistenci­ais e conheço um pouco da realidade dos abrigos aqui em Curitiba. Tem muita gente na fila à espera de uma criança para adoção”, disse Graziela. “Aqui em Curitiba tem muitos grupos de irmãos, mas crianças sozinhas, não.”

Graziela diz que não viu prejuízos na aproximaçã­o a distância. “A gente fez a aproximaçã­o e depois tem o período inicial de convivênci­a. Só então finaliza o processo de adoção. Foi a melhor escolha que eu poderia ter feito”, conta a mãe.

“Desde o primeiro dia ela já chamou a gente de pai e de mãe”

(S.S.)

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Acervo pessoAl Graziela de Camargo, de Curitiba, com a filha Erica, de Cascavel: “Quando a gente fez o cadastro já sabia que poderia aparecer uma criança em outra cidade”

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