Honduras escolhe novo presidente
- Honduras tem pouco mais de 8 milhões de habitantes, dos quais ao menos 20 morrem a cada dia. Um dos territórios mais violentos do mundo, tirando as regiões oficialmente em guerra, e com 65% da população vivendo abaixo da linha da pobreza, o país foi às urnas neste domingo (26). Os hondurenhos estão decidindo entre dar mais um mandato ao candidato de direita Juan Orlando Hernández, 64, eleger o liberal Luis Zelaya ou apostar numa inusitada coalizão de partidos de direita e de esquerda que se uniram em torno de Salvador Nasralla, 64, ex-empresário da Pepsi e ex-jornalista conservador.
Ao tentar a reeleição, Hernández contraria a Constituição hondurenha, que a proíbe. Com a anuência do “establishment” empresarial e político do país, conseguiu autorização da Corte Suprema para se recandidatar. Seu governo não vai mal em termos macroeconômicos, mas falha na distribuição da riqueza. Com um crescimento do PIB de 3% e uma inflação de 2,7%, falta ao país investimento estrangeiro e diversificação da produção para exportação, muito centrada em produtos agrícolas como café, banana e açúcar.
Com a bandeira de baixar os índices de violência, Hernández impôs uma política de linha dura contra as facções criminosas. Mas o problema persiste. Como no México, sua guerra contra o crime organizado vem causando muitas baixas de civis.
Além disso, com a determinação de dar mais espaço à mineração e a obras hidroelétricas, sua gestão comprou briga com ambientalistas. Desde o início de seu governo, ao menos oito foram mortos por esquadrões da morte ou de forma nebulosa.
Nasralla tem o apoio do ex-presidente Manuel Zelaya e da mulher dele, Xiomara Castro, contra quem Hernández concorreu em 2013, em eleição com suspeitas de fraude.
Em sua campanha, Nasralla vem reforçando o discurso da luta contra a corrupção e pelo fim dos abusos das forças de segurança do Estado. Já Hernández enfatiza o enfrentamento do crime organizado e a abertura econômica.
A eleição deste domingo também renova o Congresso e aponta prefeitos.
Cidade do México Ao tentar a reeleição, Hernández contraria a Constituição hondurenha, que a proíbe Na manhã de domingo, um moço traz nas mãos uma lata de cerveja. Ele tenta me dizer algo...