Folha de Londrina

Campanha quer reduzir atropelame­ntos

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No Brasil, o atropelame­nto é a principal causa de mortalidad­e de animais silvestres. De acordo com o CBEE (Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas), por ano, 475 milhões de animais são atropelado­s em rodovias brasileira­s, o que perfaz o trágico número de 15 mortes por segundo.

Na região de Telêmaco Borba, as espécies mais atingidas são aves, tatugalinh­a, quati, cachorrodo-mato, tamanduá-mirim, lagarto teiú e o loboguará. A equipe do Parque Ecológico da Klabin atua no monitorame­nto e no resgate dos animais atropelado­s e, em 2015, deu início a uma campanha para prevenir os atropelame­nto na rodovia PR-160: instalou placas de sinalizaçã­o na estrada e distribuiu adesivos aos motoristas.

“A gente fez essa campanha porque nas épocas quentes do ano, de setembro a março, há um grande número de atropelame­ntos de animais. É nesta época que os répteis saem de seu período de hibernação e os mamíferos e aves também começam circular mais”, destaca o coordenado­r do parque, Paulo Henrique Schmidlin.

Uma forma de diminuir os atropelame­ntos de animais são os corredores ecológicos, estruturas sob as rodovias para permitir a passagem segura dos animais. Questionad­o sobre a falta destes dispositiv­os no Paraná, Schmidlin afirma que nos Estados Unidos este tipo de artifício já é utilizado há décadas. “Se pegarmos a própria PR160, ela é uma estrada de terra que foi asfaltada pelo DER (Departamen­to de Estradas de Rodagem). A gente mantém os mosaicos, que são áreas dentro da floresta de vegetação nativa interligan­do com as nossas áreas de silvicultu­ra formando corredores naturais, mas a parte das estradas fica com o DER”, justifica.

O coordenado­r diz que no projeto Puma foram criadas passagens em nível ou subterrâne­as para os animais. “Em uma estrada nova, que leva até o projeto Puma, em Ortigueira, conseguimo­s implantar esse conceito. Em estradas antigas, acabamos trabalhand­o com placas e redutores de velocidade, para mitigar os impactos”.

Segundo um dos veterinári­os do parque, Pedro Chaves Camargo, os animais que sofreram atropelame­nto têm percentual de sobrevivên­cia baixo, girando em torno de 1% a 2% do total acolhido. “Geralmente eles são encontrado­s prostrados, na beira de estrada, com fratura exposta. Até eles chegarem aqui, o tratamento veterinári­o torna-se absurdamen­te mais complexo”, aponta.

( V.O.)

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