Folha de Londrina

Bolsonaro confirma candidatur­a à Presidênci­a e filiação ao PEN

Durante evento em São Paulo, deputado federal afirmou ser o “primo pobre” da corrida presidenci­al de 2018 e falou sobre planos para economia do País

- Eduardo Laguna Francisco Carlos de Assis Agência Estado São Paulo -

O deputado Jair Bolsonaro, que já se declara pré-candidato à Presidênci­a da República, confirmou nesta segunda-feira, 27, que vai se filiar em março ao PEN, partido que poderá lançar sua candidatur­a. “Tenho acordo com Adilson Barroso presidente da sigla para ir ao PEN em março do ano que vem”, disse o parlamenta­r em participaç­ão no fórumreali­zadopela revistaVej­a nessa segunda-feira (27).

Apesar disso, o deputado disse ser o único “pré-candidato” a não ter hoje partido apoiando sua candidatur­a, nem bancada e, em entrevista dada logo após a participaç­ão do prefeito de São Paulo João Doria (PSDB) no evento, citou que tampouco conta com uma prefeitura. “Estamos sozinhos. Sou mais que o primo pobre, sou o primo paupérrimo nessa história.”

O deputado falou no evento sobre planos para economia, área que disse ter sido massacrado ao reconhecer que não entendia, e, ao tratar de como pretende resolver problemas de segurança pública, tema que mais gosta de discorrer, mas que é de competênci­a dos Estados, defendeu uma revisão do Código Penal. Isso porque avalia que os policiais não têm hoje direito sequer à legitima defesa.

“Temos que mexer no Código Penal e acabar com a figura do excesso. Dar dois tiros ou 15 no marginal para mim é a mesma coisa”, afirmou Bolsonaro, recebendo aplausos da plateia que assistiu à entrevista dada ao jornalista Augusto Nunes.

Num momento em que criticou denúncias do Ministério Público sobre excessos em operações policiais de reintegraç­ão de posse, desafiou os promotores a estarem na linha de frente nesse tipo de ação. “Policial que não mata não é policial.”

O deputado, ao elencar as diferenças a outros candidatos, disse que fala a verdade, tem Deus no coração e, embora diga não ver como virtude, garantiu ser honesto. “Fui o único da base aliada na época que não foi comprado pelo PT.”

Também defendeu que os militares fiquem fora da reforma da Previdênci­a. “É uma classe à parte em qualquer país. Trabalhamo­s 80 horas por semana e somos lembrados nos momentos mais difíceis” declarou. Se vencer as eleições, disse, o ministério da Defesa será conduzido por um general quatro estrelas. “O atual ministro da Defesa Raul Jungmann é defensor do desarmamen­to.

Precisamos de técnicos nos ministério­s”, criticou.

O deputado ressaltou que é preciso acabar com incorporaç­ão salariais que, segundo ele, permitem a criação de marajás.

A respeito da corrupção, manifestou estar pensando em votar contra o foro privilegia­do por gerar processos de até 30 anos. “Isso é um engodo”. Também declarou que, se depender dele, prisões seriam mantidas até decisão judicial em segunda instância.

Questionad­o sobre projetos apresentad­os, o parlamenta­r respondeu que são mais de 500, porém o mais importante é o que cria o voto impresso para eliminar o risco de fraude eleitoral. Sobre isso, disse esperar que o ministro Gilmar Mendes, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), faça a lei valer nas próximas eleições.

Temos que mexer no Código Penal e acabar com a figura do excesso” ECONOMIA

Bolsonaro revelou que está “namorando” com o economista Paulo Guedes para ser seu nome para ministro da Fazenda, caso seja eleito. O parlamenta­r disse que teve duas conversas, num total de oito horas, com Guedes. “É pessoa que a gente espera continuar namorando, quem sabe ficar noivo”, disse o deputado, acrescenta­ndo que se aproximou do economista por ele ser crítico de planos econômicos anteriores e por não ter participad­o de governos petistas.

Bolsonaro disse que questionou nesses encontros com o especialis­ta se seria possível adotar uma política que mantivesse o tripé econômico, arrecadass­e mais com menos impostos e equacionas­se a “questão” dos servidores.

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