UBS do Panissa é reaberta
Unidade estava há dois anos fechada após ter sido destruída pelas chuvas de janeiro de 2016
Depois de permanecer dois anos fechada, a UBS (Unidade Básica de Saúde) Avelino Antônio Vieira, que atende a população da região dos bairros Panissa e Maracanã (zona oeste de Londrina), foi reinaugurada nesta segunda-feira (27). A unidade passou por reforma após ter a estrutura abalada por fortes chuvas em janeiro de 2016. De acordo com o secretário municipal de Saúde, Felippe Machado, a obra foi concluída no prazo previsto de 180 dias, mas como as fiações elétricas foram roubadas durante o tempo em que o prédio ficou fechado, foram necessários mais dois meses de obra.
Foram corrigidas rachaduras na estrutura e instalado piso tátil na calçada para garantir acessibilidade. Além disso, em atendimento a normas da Vigilância Sanitária, foi preciso aplicar telas mosqueteiras e colocar azulejos em alguns ambientes. O valor total da obra foi de R$ 501,388,01, sendo R$ 351.338,01 provenientes do município e R$ 150.000,00 do governo estadual.
A UBS atende em torno de 15 mil pessoas da região oeste. Durante o tempo em que permaneceu fechada, a população teve que ser atendida nas unidades de bairros próximos, como Tokyo e Bandeirantes. Um ônibus ficou disponível para transportar as pessoas, mas nem sempre o percurso era rápido, o que causou descontentamento e suscitou protestos organizados pelos moradores.
A dona de casa Cristiana Gomes conta que o atendimento em outras unidades era bem demorado. “Foi um transtorno, vamos ser se agora melhora”, espera. A diarista Ordalina Vieira Carvalho relata que quebrou o braço em outubro e preferiu buscar atendimento na vizinha Cambé. “Aqui estava muito demorado”, justifica ela, que participou das manifestações pela volta da UBS e ontem fez questão de ir conferir pessoalmente se iria funcionar. “Se a gente não grita, não temos nossos direitos garantidos”, opina.
A trabalhadora autônoma Luiza de Jesus Martins tem problemas na tireoide e dificuldades de locomoção. Precisa de acompanhamento médico constante e estava cansada de perder o dia para conseguir atendimento em outras UBS. “Ficar sem o posto de saúde no bairro foi ruim para todos, ainda bem que vai voltar a funcionar”, comemora. Ela estava acompanhada da neta de dez anos que iria tentar tomar uma vacina. “Ela mora comigo e acabava perdendo aula para realizar qualquer atendimento nos outros bairros”, relata.
“Foram quase dois anos de sofrimento da população, mas agora a UBS está aberta e disponível para atendimento”, afirmou o prefeito Marcelo Belinati. A unidade possui duas equipes completas do programa Saúde da Família, atendimento diário com pediatra e atendimento de ginecologista três vezes por semana. “Todos os funcionários já retornaram para a unidade. Sabemos que há déficit de recursos humanos em toda saúde pública de Londrina, faltam 227 médicos”, exemplificou, destacando que o custo com a contratação desses profissionais seria de R$ 30 milhões. “A prefeitura precisa recompor as finanças para dar respostas aos cidadãos”, comentou.
O secretário informou que a UBS do Panissa foi a última reforma concluída em 2017, mas já há recursos garantidos para reforma e reestruturação de 30 unidades básicas em 2018, na ordem de R$ 6 milhões. Além disso, há R$ 3 milhões disponíveis para reestruturação do PAI (Pronto Atendimento Infantil) e R$ 4 milhões para reforma da maternidade municipal. “Estamos estudando a logística para que seja possível iniciar as obras sem prejudicar o atendimento da população”.
Ele afirmou também que está prevista a reconstrução da UBS da Vila Fraternidade, uma reivindicação antiga da população do bairro localizado na zona leste, mas ainda falta liberação de parte dos recursos. O custo total da obra é de R$ 1.150.000, 00 e já há R$ 650.000,00 disponíveis.