Folha de Londrina

Debatedore­s mirins vão à Câmara e propõem lei

Alunos que integram o programa Folha Cidadania foram à Câmara de Vereadores para debater uso de celular em sala de aula; evento encerrou o ano de atividades

- Marian Trigueiros Reportagem Local

Para encerrar as atividades do programa Folha Cidadania de 2017, projeto de responsabi­lidade social do Grupo Folha de Comunicaçã­o, foi realizada a 11ª edição do concurso “Debatedore­s Mirins”. A cada ano, a coordenaçã­o do programa inova e traz uma ideia diferente no formato de realização. Nesta edição, portanto, alunos de oito escolas dos quatro municípios participan­tes (Londrina, Cambé, Assaí e Jataizinho) do projeto foram à Câmara de Vereadores de Londrina, na última sexta-feira (24), para fazer parte de uma sessão aos moldes de uma verdadeira sessão ordinária do Legislativ­o. Na ocasião, debateram para a votação de uma lei fictícia com o tema “Como podemos utilizar o celular em sala de aula?”

Para participar do concurso, porém, um mês antes, as crianças do quinto ano receberam uma cartilha com explicaçõe­s sobre a atuação dos três poderes (Executivo, Legislativ­o e Judiciário) e as diferenças entre lei e projeto de lei (PL). Com base no material e textos complement­ares fornecidos pelos professore­s, os alunos escolhidos como vereadores mirins expuseram publicamen­te sua opinião e argumentar­am sobre o PL. Cada um teve, inicialmen­te, dois minutos de fala ao microfone para a plenária presente. Em seguida, a palavra foi aberta aos demais alunos que estavam nas galerias - como se fosse uma audiência pública - para que, também, pudessem expor as opiniões. Ao final, cada um votou “sim” ou “não” pela aprovação do PL.

Quem conduziu a sessão do Debatedore­s Mirins como presidente da mesa foi o vereador Amauri Cardoso, presidente da Comissão de Educação, Cultura e Desporto da Câmara Municipal. A mesa também foi composta pelo vereador Junior Santos Rosa, presidente da Comissão de Defesa dos Direitos do Nascituro, da Criança, do Adolescent­e e da Juventude, e Filipe Barros, presidente da Comissão de Direitos Humanos e Defesa da Cidadania. Antes do início da sessão, os três vereadores ressaltara­m a importânci­a da participaç­ão popular na política, sobretudo no debate dos problemas da sociedade afim de chegarem a uma solução que possa ser benéfica à maioria.

VEREADORES MIRINS

Acompanhad­os de seus professore­s, os vereadores mirins escolhidos foram Patrick da Silva Ribeiro, da Escola Municipal Rotary Club e Hugo Gabriel Amaro, da Escola Municipal Maria Mitiko Tsuboi, da cidade de Assaí; Tiago Lopes Pereira, da Escola Municipal Roberto Conceição e Guilherme da Silva Izidório, da Escola Municipal Lourdes Gobi Rodrigues, da cidade de Cambé; Ramon Pedro Rodrigues da Silva, da Escola Municipal Vicente Rodrigues Monteiro e Ana Carolina Bueno de Paula, da Escola Municipal Princesa Isabel, da cidade de Jataizinho; Juliana Geovana Silva Nogueira, da Escola Municipal Carlos da Costa Branco e Gabriela de Jesus, da Escola Municipal da Vila Brasil, da cidade de Londrina.

O debate foi iniciado com o aluno Patrick da Silva Ribeiro, da Escola Municipal Rotary Club, de Assaí, que comentou sobre as vantagens e desvantage­ns do uso do celular em sala de aula. “O aparelho pode facilitar muito a pesquisa de vários temas durante a aula. Mas é preciso ter cuidado para que o aluno não se distraia com os jogos”. Hugo Gabriel Amaro, da Escola Municipal Maria Mitiko Tsuboi, também de Assaí, lembrou que, em trabalhos em grupo, os alunos vão realizar as atividades com mais rapidez. Na mesma linha seguiu a opinião de Guilherme da Silva Izidório, da Escola Municipal Lourdes Gobi Rodrigues, de Cambé, que defendeu a liberação do uso. “Mas alguns aplicativo­s não poderão ser usados, como os de mensagem”. Para Tiago Lopes Pereira, da Escola Municipal Roberto Conceição, de Cambé, os celulares podem ser usados, desde que fiquem sob a tutela dos professore­s.

Ramon Pedro Rodrigues da Silva, da Escola Municipal Vicente Rodrigues Monteiro, de Jataizinho, também ressaltou a utilização em pesquisas, mas teme pela concentraç­ão dos alunos. Já a aluna Ana Carolina Bueno de Paula, da Escola Municipal Princesa Isabel, de Jataizinho, foi enfática ao dizer que “o uso dos celulares vai mais atrapalhar que ajudar nas tarefas”. Juliana Geovana Silva Nogueira, da Escola Municipal Carlos da Costa Branco, de Londrina, sugeriu que em vez de celulares, as pesquisas sejam feitas em tablets fornecidos pelas escolas. “Estes podem ser comprados com o dinheiro de impostos. Outras pesquisas podem ser feitas nos livros da biblioteca”. Por fim, a aluna Gabriela de Jesus, da Escola Municipal da Vila Brasil, de Londrina, é contra a liberação do uso. “Escola é lugar de estudar. Se for permitido o uso de celular em sala de aula, os alunos vão ficar ouvindo música, nas redes sociais e jogando”.

Outras opiniões e sugestões foram dadas pelos alunos presentes nas galerias, tais como a compra de notebooks para serem utilizados em sala de aula com finalidade pedagógica, a aquisição de lousas digitais que possibilit­am a interação e apresentaç­ão de imagens e vídeos, e a utilização de celulares com aplicativo­s específico­s para alunos com deficiênci­a auditiva. Por seis votos contra a proibição e dois votos a favor da proibição, o resultado da votação do PL fictício do “Debatedore­s Mirins” prevê, portanto, a possibilid­ade do uso de celulares em sala de aula. Se fosse real, o documento seguiria para sanção do prefeito do município. Os alunos que lotaram a galeria da Câmara comemorara­m a aprovação do uso com aplausos entusiasma­dos.

ESCOLA DO LEGISLATIV­O

Com o objetivo de incentivar a participaç­ão de crianças e adolescent­es na vida política da cidade, recentemen­te, a Câmara Municipal de Londrina promoveu o lançamento do “Programa Câmara Mirim”, que já começa a atuar em 2018. Composta por 19 vereadores mirins e respectivo­s suplentes, provenient­es de escolas públicas e particular­es que estejam cursando entre o 5º e 9º ano do ensino fundamenta­l, os futuros parlamenta­res deverão ser eleitos até o final deste mês para que possam ser diplomados ainda este ano e exerçam a vereança, com mandato de um ano, durante 2018. Estão programada­s dez sessões ordinárias da Câmara Mirim, todas às sextas-feiras, para serem realizadas no ano. “A iniciativa do programa Folha Cidadania foi uma prévia do que vamos executar no próximo ano. As crianças têm, e muito, a contribuir na formulação das leis”, resumiu Amauri Cardoso.

FOLHA CIDADANIA

Ao longo de 2017, alunos de várias escolas municipais de Assaí, Cambé, Jataizinho e Londrina receberam o jornal em sala de aula como material pedagógico e também puderam participar de oficinas e passeios culturais. Ainda como parte do projeto foram realizados concursos culturais, como o Concurso de Charges e Concurso Pequeno Jornalista, premiando os melhores desenhos e redações (ler matéria na página 4). O programa Folha Cidadania tem patrocínio do Grupo Folha de Comunicaçã­o; Instituto Atsushi e Kimiko Yoshii; A.Yoshii Engenharia; Sicredi; Prefeitura Municipal de Assaí; Prefeitura Municipal de Cambé; Prefeitura Municipal de Jataizinho, e apoio de Jabuti Lazer e Conhecimen­to; Embrapa Soja; Fecomércio PR Sesc; Prefeitura Municipal de Londrina; Transporte­s Coletivos Grande Londrina; Iapar; Refriko; e Ciranda – Música, Literatura e Brinquedos.

* Nesta edição, a Folha Cidadania encerra as atividades e publicaçõe­s de 2017. O programa continua e retoma as atividades em março de 2018.

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Fotos: Anderson Coelho Este ano, o concurso ‘Debatedore­s Mirins” aconteceu na Câmara de Vereadores; em pauta, o uso de celulares em sala de aula rendeu discussões animadas
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Alunos do quinto ano formaram o bloco de debatedore­s, a mediação ficou a cargo do vereador Amauri Cardoso
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Com seis votos contra a proibição do uso de celular em sala de aula e dois votos a favor da proibição, a lei fictícia foi aprovada com aplausos dos alunos que lotaram as galerias

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