Folha de Londrina

Pedágio fica mais caro a partir de dezembro

Tarifas das 27 praças do Anel de Integração do Estado vão ficar mais caras a partir de 1o de dezembro. Agepar homologou ontem a correção dos valores. Aumento anual somado a revisões tarifárias aprovadas anteriorme­nte vai elevar preços em até 8,06%. Segund

- Celso Felizardo Vitor Ogawa Reportagem Local

As tarifas dos pedágios do Paraná serão reajustada­s a partir desta sexta-feira (1º). A Agepar (Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Infraestru­tura do Paraná) homologou nesta terça-feira (28) a correção dos valores dos pedágios nas 27 praças do Anel de Integração do Estado. O reajuste anual previsto em contrato vai variar de 2,75% a 3,89%. De acordo com a Agepar, o valor ficou próximo à inflação do período, medida em 2,70%, segundo o IPCA.

No entanto, a agência já havia homologado anteriorme­nte, também com vigência a partir de 1º de dezembro, a aplicação da revisão tarifária de quatro das seis concession­árias, para cobrir os custos de obras não previstas em contrato, como viadutos e duplicaçõe­s, ou obras cujo cronograma foi antecipado. Com isso, o reajuste anual nas tarifas somado aos valores das revisões tarifárias aprovadas anteriorme­nte vai chegar até a 8,06%, no caso da Viapar, e de 5,13% da Econorte. Também terão reajustes a Ecocatarat­as (2,75%), Rodonorte (3,24%), Ecovia (3,38%) e Caminhos do Paraná (4,37%).

A praça de pedágio de Jataizinho (Região Metropolit­ana de Londrina), continua a ter a tarifa mais cara do Estado, passando a custar R$ 22 (para veículos comuns). Em seguida aparece a de Jacarezinh­o (Norte Pioneiro), que será reajustada para R$ 20,30. A terceira tarifa mais cara do Paraná será a de São José dos Pinhais (Região Metropolit­ana de Curitiba), ao custo de R$ 19,40. Jaguariaív­a (Campos Gerais) terá o menor valor: R$ 7,40. O DER-PR (Departamen­to de Estradas de Rodagem do Paraná) informou que, com a homologaçã­o, irá encaminhar a documentaç­ão com as tarifas reajustada­s para publicação no Diário Oficial.

O presidente do Sindicato dos Caminhonei­ros de Londrina, Carlos Roberto Della Rosa, disse que o novo reajuste de pedágio está fazendo muitos caminhonei­ros pararem de trabalhar. “O pedágio entre Londrina e Jataizinho é o mais caro do mundo e não temos como fazer nada. Somos a ponta mais fraca desse elo”, lamentou. “O caminhonei­ro está pagando para trabalhar, pois não tem como aumentar o valor do frete, que já não é suficiente para custear as despesas de diesel e de pedágio. Só o diesel representa 70% do frete.”

Segundo ele, esses aumentos obrigam os caminhonei­ros a deixar de renovar seus veículos. “Os caminhões estão ficando sucateados. Os que financiam um caminhão novo não conseguem pagar as parcelas e as dívidas só estão aumentando. E para fazer um motor de caminhão custa mais de R$ 20 mil”, reclamou.

Para Della Rosa, deputados e vereadores deveriam ir “para cima do governo” para tentar barrar o reajuste. “Estamos contatando vários políticos, mas eles só prometem. Chegamos à conclusão que não adianta fazer protesto em praça de pedágio. O governo fala que está tudo no contrato, que não há o que fazer. Mas alguém tem que fazer alguma coisa.”

Um dos caminhonei­ros que deixou de trabalhar foi Rafael Brusque Toporowicz, que agora se dedica apenas a publicar o “Blog do Caminhonei­ro”. “Escuto muita reclamação de caminhonei­ros. Participo de grupos de WhatsApp e os motoristas que precisam ir para Paranaguá afirmam que o valor é muito acima do que deveria ser. Eles comparam com os valores dos pedágios de Santa Catarina”, destacou. Depois de ter sofrido 18 assaltos, Toporowicz resolveu apenas escrever o blog. “Está ficando inviável se manter na estrada porque já não dá para arcar com os custos.”

O presidente Setcepar (Sindicato das Empresas de Transporte­s de Cargas no Estado do Paraná), Marcos Egídio Battistell­a, declarou que o aumento do valor das tarifas do pedágio é um absurdo. “Temos falado disso com frequência. A gente sempre se posiciona que não é contra o pedágio e sim contra os valores e contra a contrapart­ida que eles oferecem. Não temos qualidade de estrada para gerar economia de combustíve­l e de manutenção e que também garantisse tempo de viagem menor”, reclamou.

Battistell­a apontou que a partir do reajuste será “aquela briga com embarcador para pagar esses valores”. Ele diz que o sindicato já tentou, no passado, fazer ações para segurar o aumento. “Mas infelizmen­te não fomos felizes no resultado dessas ações. Dificilmen­te conseguire­mos quebrar o contrato com as concession­árias”,

Praça de Jataizinho continua a ter tarifa mais cara do Estado: R$ 22

declarou.

Ele espera que o contrato de concessão com as concession­árias não seja renovado e que um novo contrato, com tarifas mais condizente­s com a realidade atual, seja elaborado. “Se você for para Foz do Iguaçu vai gastar mais com pedágio do que com combustíve­l”, pontuou.

A reportagem procurou a ABCR para comentar o aumento dos valores dos pedágios paranaense­s, mas não conseguiu estabelece­r contato.

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Gina Mardones Na praça de Arapongas, administra­da pela Viapar, tarifa passa de R$ 8,20 para R$ 8,90 - será o maior reajuste, de 8,06%
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