Folha de Londrina

Câmara pede arquivamen­to de ação por falta de transparên­cia em Portal

- Guilherme Marconi Reportagem Local

Em resposta a ação liminar proposta pelo Ministério Público, a Câmara Municipal de Londrina contestou na Justiça a suposta falha nas informaçõe­s prestadas no Portal da Transparên­cia do Legislativ­o e pede arquivamen­to da ação civil pública. Segundo os promotores do Patrimônio Público Renato de Lima Castro e Ricardo Benvenhu, a Casa não teria disponibil­izado dois dos 41 itens firmados em um TAC (Termo de Ajustament­o de Conduta) em agosto de 2015. Os quesitos faltantes questionad­os foram o de dispensa de licitações e o relatório de gestão fiscal.

O documento, assinado pelo procurador jurídico da Casa, Miguel Aranega Garcia, contestou os argumentos do MP, alegando que os itens 27 (dispensa de licitação) e 38 (gestão fiscal) foram cumpridos integralme­nte pelo Legislativ­o, ou seja, já constavam no Portal. Na ação, a Câmara anexou provas documentai­s (certidões, ata notarial, links com acesso ao site da Câmara e acesso ao portal por meio de QR Code). A resposta foi encaminhad­a à 1ª Vara de Fazenda Pública no último dia 22.

“Chamamos os servidores dessas áreas para demonstrar que efetivamen­te esses quesitos estavam sendo cumpridos na íntegra e registramo­s tudo em cartório, indicando todos os caminhos onde podem ser encontrado­s no Portal da Transparên­cia da Câmara”, disse Aranega. Na resposta ao juiz, Aranega escreveu ainda que o Legislativ­o municipal se mantém disposto a atualizar, sempre que necessário, o website com as informaçõe­s públicas mencionada­s ou outras eventualme­nte decorrente­s do TAC, inclusive para facilitar a visualizaç­ão.

A ação da promotoria exigia a reparação das informaçõe­s no Portal no prazo de 60 dias, sob pena de aplicar multa ao presidente da Câmara, Mario Takahashi (PV), de dez salários mínimos. Após a resposta oficial do Legislativ­o, o juiz substituto da 1ª Vara de Fazenda Pública, Leonardo Delfino Cesar, fixou a data de 14 de novembro para que o MP se manifeste sobre a possível perda do objeto do pedido de liminar.

HISTÓRICO Em 2014, foi iniciado o projeto Transparên­cia nos Municípios, iniciativa do Ministério Público do Paraná em parceria com a Celepar, com desenvolvi­mento de uma plataforma tecnológic­a para apoiar a administra­ção municipal na publicação dos portais. Já a Câmara de Londrina optou por utilizar sistema de informátic­a próprio para dar publicidad­e às informaçõe­s exigidas. Em 2015, algumas câmaras e municípios firmaram TACs. Só a partir de 2016, os responsáve­is – prefeitos e presidente­s de câmaras – começaram a ser responsabi­lizados por meio de ações judiciais pelas informaçõe­s incompleta­s ou faltantes.

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Devanir Parra/CML “Chamamos os servidores dessas áreas para demonstrar que efetivamen­te esses quesitos estavam sendo cumpridos na íntegra e registramo­s tudo em cartório”, afirmou o procurador jurídico da Câmara, Miguel Aranega Garcia

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