Resposta
Quanto mais se acentua o esforço político do governo e dos seus aliados para brecar o fluxo da Lava Jato (e isso nitidamente revelado nas CPIs e em projetos como aquele do abuso de autoridade), mais relevante se torna a frequência de atos de resistência com a continuidade das ações judiciais e respectivas sentenças, bem como essa frente comum da força-tarefa com a declaração de princípios acertada em oposição ao abafa por parte dos integrantes da Polícia Federal e Ministério Público de Curitiba, São Paulo, Rio, Brasília, tudo indicando ação unívoca.
É por não subestimarem a fauna, que deu uma demonstração de sua ética na compra e venda de emendas e votos em favor de Michel Temer por duas vezes e reprisada na abusiva decisão liberando o senador Aécio Neves flagrado, com imagem rica e detalhada, mordendo a JBS em duas milhas. O Brasil que temos é o exposto pelo parlamento e o Executivo e o que queremos está no processo que consolida a guerra contra a corrupção e a impunidade. É um divisor rígido, que caminha para o maniqueísmo à falta de outras alternativas e isso é tão claro que o fato de a Lava Jato ter chegado em Geraldo Alckmin, o que não espanta ninguém, é visto por alguns tucanos como manipulação em cima dos processos judiciais no momento de interesse, conforme essas mentes rumo à paranoia, de Temer que exclui o PSDB de sua aliança.
Com a sagração de Alckmin como saída na presidência do PSDB, é evidente que a sua chance de sair postulante presidencial aumenta de forma considerável e mexe no espectro de centro-direita no qual se incrusta o time do governo, inclusive o ministro Henrique Meirelles, o mais credenciado, e Rodrigo Maia, o mais ágil que finge de bobo com cara de adolescente em pane.