Folha de Londrina

Estimativa: metade dos jovens brasileiro­s tem HPV

- Folhapress

Brasília - Cerca de 54,6% dos jovens brasileiro­s entre 16 e 25 anos tiveram infecção pelo HPV, vírus que pode levar ao desenvolvi­mento de câncer de colo de útero e outro tipos da doença. Os dados compõem os resultados preliminar­es de um estudo sobre a prevalênci­a nacional de infecção pelo HPV, o POP-Brasil, divulgado pelo Ministério da Saúde na noite de segunda-feira (27), em conjunto com o Hospital Moinhos de Vento, de Porto Alegre.

A pesquisa ouviu 7.586 jovens nas 26 capitais brasileira­s e Distrito Federal. Deste total, 2.669 foram analisados para a tipagem de HPV. A coleta ocorreu em 119 unidades de saúde.

A partir destes dados, a prevalênci­a de HPV encontrada foi de 54,6%. O estudo mostra ainda que 38,4% estava com um dos subtipos do HPV com maior risco para desenvolvi­mento de câncer.

Segundo o Ministério da Saúde, esse é o primeiro estudo realizado para identifica­r a prevalênci­a do vírus na população. Os resultados devem ser utilizados para medir, no futuro, o impacto das políticas de vacinação contra HPV.

Atualmente, a vacina está disponível no SUS para meninas de 9 a 14 anos, meninos de 11 a 13 anos e homens e mulheres com HIV e aids entre 9 e 26 anos, além de pacientes transplant­ados e oncológico­s.

Neste ano, o ministério também decidiu estender a vacina temporaria­mente para homens e mulheres de 15 a 26 anos em municípios onde há estoques a vencer. A ampliação do público-alvo segue até março de 2018. “O sucesso da vacinação deve ser monitorado, não somente em termos de cobertura, mas principalm­ente em termos de efetividad­e na redução da infeção pelo HPV”, afirmou por meio de nota a diretora do Departamen­to de DST, Aids e Hepatites Virais, Adele Benzaken.

OUTROS DADOS

Em geral, boa parte das infecções por HPV é assintomát­ica, sendo sua detecção por meio de exames, como o papanicola­u. Nestes casos, o sistema imunológic­o consegue debelar o vírus naturalmen­te. Quando isso não ocorre, demora de dois a oito meses depois do contágio para que o HPV se manifeste, podendo levar anos até que a lesão decorrente desse contágio apareça.

A vacina e o rastreamen­to por meio de exames, assim, são considerad­as ferramenta­s importante­s para prevenção e detecção rápida de alguns tipos de câncer associados ao HPV. Nas mulheres, a imunização é a principal forma de prevenção contra o câncer de colo de útero. Nos homens, a vacina protege contra os cânceres de pênis, orofaringe e ânus. Além disso, previne mais de 98% das verrugas genitais.

Além da prevalênci­a, o estudo traz ainda outros dados. Entre os entrevista­dos, 5.812 eram mulheres e 1.774 homens. Desse total, somente metade disse usar camisinha rotineiram­ente, e apenas 41,1% na última relação sexual. O estudo mostrou ainda que 83,4% tinham mais de um parceiro. A média foi 2,2 no último ano e 7,5 nos últimos cinco anos.

A pesquisa mostrou também que 16,1% dos jovens da pesquisa apresentar­am uma infecção sexualment­e transmissí­vel prévia ou resultado positivo no teste rápido para HIV ou sífilis.

Além do ministério e do hospital, o estudo tem parceria com a UFCSPA (Universida­de Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre), Faculdade de Medicina da USP, Grupo Hospitalar Conceição e secretaria­s de saúde. Os dados finais devem ser divulgados em abril de 2018.

 ?? Renan Viana/Ascom/UEPA ?? Hoje, a vacina está disponível para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 13 anos, pessoas com HIV/aids, pacientes transplant­ados e oncológico­s
Renan Viana/Ascom/UEPA Hoje, a vacina está disponível para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 13 anos, pessoas com HIV/aids, pacientes transplant­ados e oncológico­s

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil