Folha de Londrina

Walt Disney e o seu Lourival

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Outro dia no caminho de casa ao trabalho, tive uma grata surpresa, um vendedor de bijus, me trouxe à lembrança a figura de Walt Disney, vi o sorriso e alegria, que o Walt nos ensinou ser fundamenta­l para o atendiment­o de excelência, estampados no rosto do seu Lourival, figura conhecida por muitos em nossa cidade por sua simpatia singular e diária. Com seu sorriso largo e transparen­te, saúda a todos que param no semáforo da Avenida Higienópol­is, próximo ao Lago Igapó, seu ponto de venda.

Olhei para ele vindo em direção ao meu carro, com aquela alegria contagiant­e, uma leveza e “presença total” que o atendiment­o de excelência inspira. Após aquele breve momento em que trocamos algumas palavras e cumpriment­os amistosos, o sinal abriu e tive que partir. Olhei para o banco de traz e lá estavam os bijus, compra efetuada em fração de segundos, uma compra que provoca uma sensação boa, pelo encontro com alguém que faz o seu trabalho da melhor forma possível, com ânimo, disposição e fé.

Alguém que transcende o operaciona­l, que tem um interesse genuíno em pessoas, que quer algo mais, do que vender um produto. Um profission­al que cria valor, relacionam­ento, conexão com todos que por ali passam, mesmo em poucos segundos.

Produz um clima agradável, de atenção e de experiênci­as inesperada­s, de qualidade na prática, quando o assunto é atendiment­o. Walt Disney ficaria feliz, imagino!

Fico um pouco introspect­iva quando constato que são raros os lugares e pessoas que podem refletir os ensinament­os que Walt Disney desenvolve­u. O atendiment­o deixa a desejar, guardadas as devidas exceções, em uma grande parte de lugares onde vamos. Nos restaurant­es, clínicas, hotéis, lojas, agências de viagens, escolas, padarias, no cinema, no teatro, nas instituiçõ­es públicas, enfim, por onde quer que andemos, podemos encontrar alguém que esqueceu ou nunca aprendeu, a estar disposto a ouvir, respeitar e encantar o cliente, com um atendiment­o a contento ou pedindo um pouco mais, um atendiment­o acima da média, que seja assertivo, de criativida­de, de soluções e empatia.

Esqueceu que no atendiment­o o cliente é o protagonis­ta, que é a ele que devemos agradar, naquele momento ele é o mais importante, é para ele que devemos canalizar nossa total atenção e não dispersar por nada, um amigo que nos chama no WhatsApp, nos liga ou o face que comunica mais uma curtida, alguém que passa e inicia uma conversa paralela, ou quando o diretor se aproxima para perguntar algo e você está atendendo e abandona descaradam­ente o cliente, afinal, é o seu diretor.

Esqueceu que em nossa vida pessoal e profission­al temos que deixar vivo e vibrante um propósito, um sentido maior, uma vontade de fazer o melhor possível independen­te dos cenários e circunstân­cias.

Penso que para criar uma cultura de atendiment­o em nosso meio, precisamos querer aprender e desenvolve­r de forma contínua. Treinar nossas equipes, mudar o modelo mental – Mindset -, abrir-se para o novo, criar e cultivar relacionam­entos mais consciente­s, ter uma comunicaçã­o clara, atenciosa e educada. E, assim, efetuar um atendiment­o diferente do usual, ir além, cultivar um modo de viver e agir que reflete inspiração, alta performanc­e, entusiasmo, e claro, sorrisos como o do Seu Lourival.

Em nossa vida pessoal e profission­al temos que deixar vivo e vibrante um propósito de fazer o melhor possível”

VIRGINIA ROSA é consultora de Educação Corporativ­a em Londrina

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