Custo Paraná: pedágio ainda mais caro
Oparanaense passará a pagar um pedágio ainda mais caro a partir desta sextafeira (01/12). Os aumentos foram autorizados pela Agepar (Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados do Paraná) e variam de 2,75% a 3,89%. O reajuste será mais salgado em quatro das seis concessões do Anel de Integração. Para elas, o órgão regulador autorizou também revisões de contratos. Na Viapar, que tem praça em Arapongas, o aumento chega a 8,06%. Na Econorte, responsável pelo trecho da BR-369 que liga Londrina ao Estado de São Paulo, será de 5,13%. Isso significa que um automóvel, que hoje paga R$ 21 ao passar pela praça de Jataizinho, pagará R$ 22,07 agora. Já um rodotrem (carreta de nove eixos), que deixava R$ 153,90 no local, passará a deixar R$ 161,79. Cada bitrem (7 eixos), que atualmente paga R$ 196 só de pedágio para levar o chorume de Londrina a Maringá, vai gastar R$ 211,79. Como a CMTU manda cerca de 50 carretas por mês, o gasto mensal para a companhia sobe de R$ 9.800 para R$ 10.589. Embora entidades empresariais defendam as concessões porque sabem que trechos bem preservados reduzem custos logísticos, há consenso de que as tarifas são muito caras no Paraná, o que reduz a competitividade do Estado. Elas são caras principalmente quando se leva em conta que boa parte das duplicações previstas nos contratos não foi realizada. E que a qualidade do pavimento, a sinalização, a geometria das vias não melhoraram nos últimos anos. Pelo contrário. A pesquisa mais recente da CNT (Confederação Nacional dos Transportes) mostra que, em 2013, o conceito “bom ou ótimo” era atribuído a 86,7% dos trechos privatizados. Hoje, somente 64,2% têm essa nota. A culpa pelo fracasso das concessões de estradas no Paraná não pode ser atribuída somente às concessionárias. O modelo faliu já no seu início por conta do governo. Em 1999, o então governador Jaime Lerner decretou a redução das tarifas pela metade. Elas tinham começado a ser cobradas um ano antes. Naquele momento, teve início uma guerra jurídica entre Estado e as concessionárias. Essa disputa, hoje suspensa por um acordo entre as partes, ainda não teve fim e abre portas para revisões de preços, como as que foram autorizadas neste ano. A única solução legal para o caso é esperar o vencimento dos contratos em 2021. E que uma outra concessão seja feita. E que o novo modelo sirva para ajudar a recuperar a competitividade da economia paranaense hoje debilitada por tarifas exorbitantes.