Folha de Londrina

Risco de epidemia de dengue em Londrina

Último levantamen­to aponta índice de infestação de 4,3%; prefeitura intensific­ará ações de campo

- Micaela Orikasa Reportagem Local

Londrina está em risco epidemioló­gico em relação à infestação do mosquito Aedes aegypti, que transmite dengue, zika vírus e chikunguny­a. Dados do quarto e último Liraa (Levantamen­to Rápido de Infestação do Aedes aegypti) de 2017, revelam um índice geral no município de 4,3%. Os resultados foram divulgados nesta quarta-feira (29), pelo secretário municipal de Saúde, Felippe Machado.

Os agentes de endemias vistoriara­m 8.823 locais entre os dias 6 e 11 de novembro, e a cada 10 imóveis quase metade tinha focos do mosquito. Para se ter uma ideia do risco, o Ministério da Saúde preconiza como satisfatór­io o índice abaixo de 1%. Já o estado de alerta é quando menos de 3,9% dos imóveis avaliados têm focos positivos. O município está acima disso.

No Liraa anterior, realizado entre os meses de julho e agosto, o índice estava bem abaixo, com 0,5%. O secretário disse que o aumento era esperado devido às pancadas de chuvas isoladas das últimas semanas e menor cuidado preventivo por parte da população.

A região com maior percentual de infestação é a norte, com 5,20% dos imóveis com focos. Na sequên- cia, estão as regiões leste (4,73%), centro (4,51%), sul (4,05%) e oeste (2,59%). Já em um recorte por bairro, os mais preocupant­es são: Chácara Eucaliptos (38%); Chácara São Miguel (37%); Royal Golf (30%); Parigot de Souza (24%); parque industrial Germano Balan (21%); Petrobras (21%); Vila Casoni (15%); jardim Rosicler (15%); jardim Oriente (14%) e parque das Indústrias Leves (14%).

“Estamos analisando esses resultados com preocupaçã­o, até porque estamos entrando no período de calor. No entanto, apesar do estado de alerta para a infestação, o número de casos confirmado­s de dengue estão relativame­nte controlado­s”, afirma o secretário.

Segundo ele, atualmente são 34 casos confirmado­s e mais de 4 mil notificaçõ­es. “No mesmo período do ano passado, estávamos com 5.127 casos confirmado­s e mais de 15 mil notificaçõ­es. A ideia é intensific­ar as ações de combate para não aumentar os números da doença”, destaca.

Em relação ao zika vírus, da 1ª à 46ª semana epidemioló­gica de 2017, dados do Sinannet/Datasus (Sistema de Informação de Agravos de Notificaçã­o) mostram apenas notificaçõ­es, sendo 28 no total. Quanto ao chikunguny­a, dos 42 casos notificado­s, um foi confirmado e seis estão em andamento.

“As ações de campo através das equipes de endemias serão intensific­adas nas regiões de maior risco em paralelo aos trabalhos educativos. Se necessário, aplicaremo­s na sequência, estratégia­s mais agressivas em parceria com o Estado, como por exemplo, o fumacê”, comenta o secretário.

HÁBITO

A maior parte dos criadouros do mosquito Aedes aegypti está dentro das residência­s, especialme­nte em vasos de plantas e bebedouros de animais. “Também encontramo­s muitos focos em materiais em desuso, depositado­s nos quintais”, diz o agente de endemias Maykon José de Oliveira.

Ele atua no combate ao mosquito há cerca de cinco anos e diz que, apesar da população ter consciênci­a sobre os perigos das doenças transmitid­os pelo Aedes aegypti, tem percebido que poucos têm o hábito de vistoriar a casa, especialme­nte após as chuvas.

Em pouco mais de duas horas percorrend­o o bairro São Paulo 2, na zona norte, Oliveira encontrou dois focos em um terreno baldio. “Tinha larvas em uma embalagem de produto de limpeza e em uma lata de tinta. Neste último, encontrei o mosquito nas três fases: larva, pupa e o mosquito pronto para voar”, conta Oliveira.

A poucos passos do terreno, o agente de endemias Douglas Henrique Guerino vistoriava o quintal de Rute Teixeira. Ao ser questionad­a sobre a dengue, ela respondeu saber apenas que se trata de um bichinho que pica e pode matar.

Apesar do conhecimen­to sobre o perigo da doença, a dona de casa não imaginava que focos do mosquito estava por perto, especifica­mente em um tambor com restos de material de construção. Ao avaliar a água parada, Guerino encontrou muitas larvas. “Nessa fase, podemos escoar a água que a elas morrem, mas o ideal é que esse recipiente seja lavado, pois pode conter ovos que sobrevivem até um ano em ambiente seco”, ressalta.

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Saulo Ohara A região com maior percentual de infestação é a norte; criadouros do mosquito são encontrado­s principalm­ente dentro de casa

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