Folha de Londrina

Futebol revoltante

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O futebol é um esporte jogado para frente. Seu objetivo principal é o gol. A beleza que presenciáv­amos antigament­e desaparece­u por completo. O malabarism­o de um Rivelino, a “folha seca” de um Didi, as esticadas milimétric­as de um Gerson, as defesas milagrosas de um Gilmar, nunca mais! O Brasil de “50 milhões” nos proporcion­ava tudo isto e muito mais. Quem, como eu, teve a oportunida­de de ver jogar uma linha de atacantes com Claudio, Luizinho e Baltazar? Rui e Colombo não aceitam a miniatura de hoje. Tudo isto era alegria dos corintiano­s e desespero dos palmeirens­es e são-paulinos. O Brasil de hoje com mais de duzentos milhões de habitantes, intitulado país do futebol, perdeu toda beleza, toda filigrana, toda maestria que nos dava ao luxo de exportar para os gringos. O futebol de hoje é pequeno, feio e revoltante. Se tivermos um terço de futebol, é muito. Os dois terços ficam para trançar bola na defesa e enfurecer a torcida. É um futebol medo e sem nenhuma ousadia ou atrativo. O atual Londrina nos arrasta e traz muita saudade da década de 70 onde tínhamos um Zé Roberto, um Leocádio ou um Garcia. A gente continua assistindo porque gosta de futebol e ama o LEC, mas que é feio e revoltante não deixa dúvida. A ousadia deu lugar para o medo e daí apareceu o futebol caranguejo jogado para trás. É inconcebív­el e revoltante principalm­ente num país pentacampe­ão.

WELLINGTON AMARAL SAMPAIO (administra­dor aposentado) – Londrina

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