Requião sugere aliança com Osmar contra governistas
Senador do PMDB usa vídeo nas redes sociais para anunciar suposto acordo com pedetista, que nega qualquer costura nesse sentido
Em vídeo publicado na sua página do Facebook, o senador Roberto Requião (PMDB-PR) anunciou que o PMDB do Paraná e PDT estarão juntos em 2018 e irão redigir um programa de governo em comum para as próximas eleições. Se confirmada a aliança, Requião e o ex-senador Osmar Dias (PDT) repetirão a chapa que concorreu às eleições de 2010 quando o peemedebista disputou o Senado e pedetista foi derrotado pelo atual governador Beto Richa (PSDB) na disputa pelo Palácio Iguaçu. A publicação foi feita após reunião entre os dois na manhã dessa sexta-feira (1º) em Curitiba.
“Nós combinamos de reunir equipes para programas de Estado comum, para dar uma resposta concreta aos professores marginalizados e perseguidos, uma resposta concreta ao desenvolvimento de Estado que parou e aos programas da saúde e da segurança pública”, disse Requião ao reforçar que não foram definidos os nomes para eleições majoritárias.
Na sequência, Requião fez uma análise dos concorrentes ao governo do Estado do grupo da situação. “O jogo é eleger o Ratinho (Junior), mas para isso o Beto precisa tirar sua carga negativa. Ratinho foi secretário de Desenvolvimento Urbano (…) sua bancada garantiu aprovação de todas as barbaridades que eles mandaram para Assembleia contra os trabalhadores e o desenvolvimento (…) o Beto apoiaria oficialmente a Cida Borghetti, mas a máquina do governo estaria com Ratinho”, analisou o senador.
Cida e Ratinho, pré-candidatos declarados ao governo, disputam a preferência das siglas da base de sustentação do governo Richa. Também são pré-candidatos pelo PT, o ex-deputado Rosinha e pelo PPS, o prefeito de Guarapuava, César Silvestre, que anunciou nesta semana sua pré-candidatura ao Executivo estadual. programa de governo assinado em conjunto com o PMDB de Requião. Por meio da sua assessoria, informou que neste momento o PDT não estaria discutindo alianças políticas, mas apenas projeto de governo. “As conversas que tenho tido com diversos dirigentes partidários e lideranças, em todas as regiões, visam principalmente somar ideias para o futuro do nosso Estado. Em momento algum conversamos com o senador Requião sobre alianças partidárias”, disse Osmar também em mensagem gravada em vídeo e encaminhada à imprensa ontem.
O postulante ao Palácio Iguaçu afirmou ainda que em hipótese alguma fará alianças com o PT, da senadora Gleisi Hoffmann. Osmar reiterou que no cenário nacional o seu apoio será ao irmão Alvaro Dias (Podemos) que disputa a Presidência da República.
Em entrevista publicada pela FOLHA na última segunda-feira (27), ao ser questionado sobre o seu apoio à ex-presidente Dilma Rousseff (PT) Osmar garantiu não temer que o fato seja explorado na campanha eleitoral pelos seus adversários. “Eu não nego minha história. E quem nega sua história não merece ser respeitado. Quando apoiei a Dilma em 2010 e isso é conhecimento de todos -, ela ganhou a eleição e todos acreditaram no projeto que foi apresentado”, afirmou. Para depois completar: “Eu defendo que olhemos para frente, os projetos que temos, senão todos os candidatos serão julgados de forma equivocada”.
SEM ACORDO Osmar negou a costura da aliança e também de um
HISTÓRICO
Em 2010, Requião, Osmar e Gleisi estiveram no mesmo palanque contra o governador tucano e seus aliados [disputaram o Senado Ricardo Barros (PP) e Gustavo Fruet (à época pelo PSDB)]. Quatro anos antes, em 2006, os políticos estiveram em lados opostos na disputa ao cargo de governador. Na eleição mais apertada do país naquele pleito, Requião foi reeleito com 50,1% dos votos válidos, apenas 10 mil votos à frente de Osmar. Ambos são presidentes das suas respectivas legendas no Estado.