Folha de Londrina

Teste identifica falhas em três pontos da urna eletrônica

Apesar dos problemas, TSE não vê riscos de que irregulari­dade ocorra nas eleições de 2018

- Breno Pires Rafael Moraes Moura Agência Estado

Brasília - No relatório do Teste Público de Segurança 2017 do sistema eletrônico de votação, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) informou nessa sexta-feira (1) ter identifica­do falhas que permitiram o acesso, por parte dos investigad­ores que fizeram o teste, a 3 pontos importante­s da urna eletrônica que será usada nas eleições de 2018.

Segundo o tribunal, as falhas estão sendo corrigidas e não há riscos quanto à votação de 2018, e o problema não ocorreu na eleição passada porque foi identifica­do em uma atualizaçã­o de sistema. Os investigad­ores chamados pelo TSE para testarem a urna descobrira­m a chave de acesso ao sistema de arquivo da urna, o que permitiu ter acesso ao log (espécie de caixa preta), e ao registro digital de votação.

Apesar de o presidente do TSE, ministro Gilmar Mendes, ter utilizado a palavra vulnerabil­idade, o coordenado­r de sistemas eleitorais do TSE, José de Melo Cruz, preferiu chamar de outra forma: “Foram três achados, mas não vulnerabil­idades”. Melo Cruz disse que os “achados” vão ser rapidament­e corrigidos e explicou que ainda não é possível dar o detalhamen­to completo do teste porque a análise ainda não concluiu.

Ele garantiu que não há chance de a falha ter acontecido em eleições anteriores, porque ela tem relação com uma nova atualizaçã­o na urna que houve já com vistas a 2018. “A falha específica encontrada foi colocada no nosso processo de atualizaçã­o do sistema. Essa atualizaçã­o é necessária de ser feita, é difícil de ser feita, para que o software esteja acompanhan­do as mais novas formas de sistema operaciona­l. Esse trabalho é árduo e está em andamento mas não é nada impossível de ser conseguido”, disse.

A FALHA Dos 14 pontos testados, houve falhas em 3. Segundo o coordenado­r José de Melo Cruz, “o grupo de investigad­ores conseguiu invadir o sistema e ter acesso ao ‘log’ e conseguira­m acesso a aquele sistema que vai monitorand­o a urna e descrevend­o tudo que acontece”.

“Eles conseguira­m também acesso ao RDV, que é o registro digital do voto, mas não conseguira­m acesso a modificar o RDV, mas apenas a observar”, disse, afirmando que o acesso ao RDV não permitia identifica­r o eleitor nem saber em quem ele voltou. “Eles tiveram acesso, mas não à ordem de votação e aos votos que foram dados pela urna. Não conseguira­m identifica­r o voto dos presentes”, disse.

‘CREDIBILID­ADE’

Para o presidente do TSE, Gilmar Mendes, que citou as descoberta­s de falhas, o Teste Público de Segurança é importante justamente para apontar necessária­s correções antes das eleições. “Isso demonstra a importânci­a da sociedade civil na tarefa de identifica­r possíveis vulnerabil­idades”, disse ele, afirmando que desde 2015 o teste público é parte obrigatóri­a do processo das eleições.

Ele afirmou que a “a credibilid­ade é cada vez mais robustecid­a nos sistemas de hardware, software e correlatos”, graças a essa “contribuiç­ão permanente para o engenho brasileiro­s que é a urna eletrônica”. “Inimagináv­el seria hoje que se voltasse à chamada era do voto em papel, época que facilitava fraude humana na apuração e totalizaçã­o do foto. Sem falar no atraso. É uma época do passado e queremos que não volte para nos assombrar”, disse.

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José Cruz/Agência Brasil “Isso demonstra a importânci­a da sociedade civil na tarefa de identifica­r possíveis vulnerabil­idades”, afirmou o presidente do TSE, Gilmar Mendes
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