Folha de Londrina

Lula diz não ter medo de reação do mercado a sua candidatur­a

- Cátia Seabra Folhapress

São Paulo - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nessa sexta-feira (1º), que setores do mercado promovem terrorismo contra sua candidatur­a. Segundo participan­tes de uma reunião com dirigentes do PT de São Paulo, Lula afirmou que “estão criando uma guerra de classe” contra sua candidatur­a.

Embora anteveja o que chamou de radicaliza­ção na disputa presidenci­al de 2018, Lula minimizou o impacto sobre sua candidatur­a. O ex-presidente disse que seu governo foi uma prova de que não há risco de instabilid­ade para o mercado financeiro, caso volte ao Palácio do Planalto.

Segundo relato de petistas, o ex-presidente disse não ter medo do mercado porque “mercado não vota”. “Quem vota é o povo”, disse. Ainda segundo presentes, Lula se referia a seus adversário­s como “eles”.

Ainda segundo petistas, Lula reafirmou seu apoio à candidatur­a do presidente estadual do PT, o ex-prefeito Luiz Marinho, ao governo de São Paulo, afirmando que ele é quem mais unifica o partido.

O ex-presidente demonstrou-se simpático à possibilid­ade de o ex-prefeito Fernando Haddad e vereador Eduardo Suplicy disputarem, em dobradinha, as duas cadeiras que estarão disponívei­s no Senado Federal. Na reunião, Lula admitiu que alguns duvidam da possibilid­ade de dois petistas ocuparem as duas vagas em disputa. E esse é o caso do próprio Haddad. O ex-presidente recorre a um exemplo tucano para derrubar essa tese.

Aos petistas, Lula lembrou que Mário Covas e Fernando Henrique Cardoso se elegeram juntos em 1986. Apesar desse discurso, Lula sondou Suplicy sobre a possibilid­ade de ele concorrer à Câmara dos Deputados atuando como puxador de legenda para o partido. Nessa conversa, ocorrida em um hotel de São Paulo, Suplicy ameaçou abrir uma disputa interna pelo direito de se lançar ao Senado.

Do contrário, permanecer­ia na Câmara de Vereadores. Apesar da declaração de apoio de Lula à Marinho, uma ala do PT insiste no nome do lançamento de Haddad ao governo de São Paulo. O secretário de Comunicaçã­o do PT, Carlos Árabe, é um dos que defendem a candidatur­a de Haddad. Mas argumenta que, para isso, Haddad teria que se apresentar. Formalment­e, porém, Haddad repete que cumprirá a missão definida por Lula. O ex-prefeito, que não participar­á do lançamento oficial do nome de Marinho, enviou um vídeo em apoio a essa candidatur­a. Lula, por sua vez, avisou que não interferir­á na escolha do partido.

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