Previsão é principal ferramenta para se evitar tragédias
Quando se trata de fenômenos climáticos severos, antecipar-se ao acontecimento é fundamental para que tragédias sejam evitadas. Na sala de operações da Defesa Civil Estadual, em Curitiba, os monitores com a previsão do tempo ganham atenção especial das equipes de plantão. A possibilidade de um temporal, enchente, rajadas de ventos ou granizo são detectadas pelos agentes que, com as informações, emitem alertas para os coordenadores das regiões afetadas se organizarem para entrar em ação.
“Nosso trabalho é baseado 99% na previsão do tempo. É ela que nos dá o tempo hábil para montar a estrutura necessária para atender a população em casos de desastres”, conta o coordenador executivo de Proteção e Defesa Civil, tenente-coronel dos Bombeiros Edemilson de Barros. De acordo com ele, somente neste ano, 609 alertas foram emitidos pelo Simepar (Sistema Meteorológico do Paraná). Destes, 598 se confirmaram; 254 geraram alguma ocorrência em que a Defesa Civil precisou atuar. “É um sistema muito preciso e confiável”, elogia.
O coordenador conta que o maior desafio é transformar um alerta meteorológico em um alerta de desastre. “Com a informação de que em tal região a precipitação será de cem milímetros, fazemos nossas análises. O que é esse volume em Londrina ou em Tamarana? Cada região tem suas particularidades, seja bacia hidrográfica, inclinação do terreno, umidade, chuvas anteriores”, explica. Todas as informações produzidas pelas estações meteorológicas são enviadas diretamente para a Defesa Civil.
Barros conta que a rede estadual de estações meteorológicas está possibilitando estudos mais aprofundados dos microclimas paranaenses. “O modelo atual de interação da Defesa Civil com o Simepar é de 2014. Nesse período temos feito observações interessantes do comportamento climático de regiões como a Serra do Mar e Sudoeste, por exemplo”, diz. Outra ferramenta destacada por Barros é o Alerta Temporal, enviada por SMS para os cidadãos que se cadastraram pela internet. “Quando há a possibilidade de algum evento climático que ofereça qualquer tipo de risco, o sistema filtra pelo CEP e envia uma mensagem para o celular do morador daquela região.”
Para o oficial da Defesa Civil, o uso da tecnologia é indispensável. “A possibilidade de ter um serviço tão importante comprometido, como é a previsão do tempo, é muito preocupante. O que todos esperam é que o problema seja solucionado o mais rápido possível e que os investimentos sejam constantes”, diz Barros, referindo-se ao supercomputador Tupã, gerador do principal sistema de meteorologia usado no País.
(C.F.)